É rochoso, tem duas vezes a massa da Terra e encontra-se na zona de habitabilidade. São estas as principais características que fazem do recém-descoberto Gliese 581e um planeta com fortes probabilidades de ser habitável. É visto pelos cientistas como o Santo Graal da procura de exoplanetas (planetas fora do sistema solar) e constitui uma das mais importantes descobertas na área da astrofísica.

Nuno Cardoso Santos faz parte da equipa de investigadores que descobriu o planeta. O astrofísico acredita que a detecção do Gliese 581e pode ser um grande passo para a descoberta de vida noutros planetas, por este possuir uma massa pouco maior do que a Terra.

O planeta:

O Gliese 581e é 80 vezes menor do que o primeiro planeta extra-solar descoberto, há 14 anos, o que representa, segundos os investigadores, um grande avanço na área. O exoplaneta faz parte de um sistema planetário formado por mais dois astros. Um deles, com uma massa sete vezes superior à da Terra, pode conter água líquida.

O investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) afirma, ainda, que esta descoberta pode estimular a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de tecnologia espacial.

Além destas mais-valias, o achado traz à ordem do dia a eterna discussão sobre a existência de vidas noutros planetas, uma hipótese cada vez menos remota, na opinião de Nuno Cardoso Santos, que ressalva, contudo, que os cientistas ainda não pode afirmar que existam, de facto, formas de vida noutros astros.

Em comunicado, o grupo de investigadores salienta que “a descoberta deste novo planeta vem demonstrar que o sonho de encontrar novas Terras está cada vez mais próximo”. No entanto, e dada a grande distância dos planetas descobertos, Nuno Santos ressalva que o mais importante é, depois de descobrir o planeta, averiguar a existência de qualquer tipo de vida.

“Há projectos que estão a ser desenvolvidos para conseguir detectar a presença de elementos químicos em planetas em torno de outras estrelas (…) e, por muito longe que esteja, nós podemos ver se ele tem ou não vida”, disse o investigador ao JPN.