Em seis meses, mais de 700 estudantes universitários recorreram aos Serviços de Acção Social à procura de apoio. No entanto, apenas 16 reuniram as condições necessárias para receberem as bolsas de estudo.

A informação foi avançada, terça-feira, pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, em reunião da Comissão da Educação. No total, são 74 mil os alunos do ensino superior que recebem ajuda financeira.

Mariano Gago garante que a crise não está afectar os estudantes universitários e que o orçamento disponível para as bolsas de estudo é suficiente.

Ao JPN, Jorge Serrote, presidente da Associação Académica de Coimbra, garante que o valor das bolsas deve ser reformulado, “pois os montantes das bolsas são desadequados às necessidades dos estudantes”.

“Ensino Superior não é uma ilha”

A atribuição das bolsas de estudo é feita consoante os rendimentos do estudante ou do agregado familiar. Em seis meses foram revistos mais de 700 casos, mas Mariano Gago garante que, apesar do aumento de pedidos, a crise não está a afectar o Ensino Superior.

Jorge Serrote aprova a revisão das bolsas de estudo atribuídas, mas garante ao JPN que, em tempo de depressão económica, o “Ensino Superior não é uma ilha que fica fora da realidade económica” e, por isso, também passa por dificuldades.

Com os novos bolseiros, o orçamento disponível para a atribuição de bolsas sofre um aumento de 790 mil euros, para além dos dez milhões já disponíveis este ano.

Mariano Gago lembra, ainda, que as bolsas vão passar a estar disponíveis também para os alunos estrangeiros residentes em Portugal.