O Dia Internacional dos Escuteiros comemora-se hoje, dia 23 de Abril, em cerca de 200 países. Cento e dois anos depois de Baden Powell ter realizado o primeiro acampamento em Inglaterra, o movimento tem crescido e atraído cada vez mais jovens. O Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP) são os representantes do movimento em Portugal.
Num dia dedicado a São Jorge, patrono do movimento escutista, Maria Helena Guerra, Chefe Nacional Adjunta do CNE, encara a maior adesão dos jovens ao movimento como um “reflexo da sociedade portuguesa”. Antes do 25 de Abril de 1974, apenas o sexo masculino fazia parte do corpo. “As raparigas estavam resumidas às dirigentes dos grupos mais pequenos, os lobitos. É natural, por isso, um aumento, sobretudo do género feminino, que actualmente já está muito equilibrado. Temos cerca de 46% de raparigas”, revela a responsável.
Quem “manda” nos Escuteiros em Portugal?
Criada em 1913, a Associação de Escoteiros de Portugal assume-se como “fundadora do escotismo português”. Com mais de 13 mil jovens em 135 unidades locais espalhadas por todo o país, é a segunda maior organização juvenil nacional. Igualmente forte é a presença do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português (CNE), instituição criada em 1923, seguindo os ideais de Baden Powell. Destinado à formação integral dos jovens, o CNE integra actualmente mais de 1000 agrupamentos locais em Portugal e Regiões Autónomas.
Para Alexandre Leite, chefe de unidade do CNE, hoje “é um dia especial” por se celebrar “a fraternidade que a todos os escuteiros une. Há ideais comuns a todos nós. É bom sentir esta unidade e entender que cada um, no seu ‘cantinho’, está a contribuir para um mundo melhor e a marcar a diferença”, revela.
Um movimento “multicultural”
Para além do CNE, a Associação de Escoteiros de Portugal é a outra grande organização nacional de escuteiros. Fundador, há 95 anos, do Escutismo em Portugal, o movimento demarca-se do CNE ao afirmar-se como “independente, interconfessional e multiétnico”. Até porque, numa sociedade cada vez mais multicultural e que tende a estereotipar a imagem do escutismo, “uma organização que aceita pessoas provenientes de qualquer orientação religiosa possa ser mais atractiva do que uma que condiciona essa orientação”, revela Nélson Raimundo, escuteiro chefe nacional da AEP.
Uma mensagem que o grupo quer afirmar esta quarta-feira, um pouco por todo o país. “Quase todos os nosso grupos irão celebrar actividades ao fim do dia, como animações, jogos, apresentações, procurando, no fundo, partilhar este momento em conjunto com todos os membros do grupo”, esclarece Nelson Raimundo.
Já o CNE celebra a data durante o próximo fim-de-semana. “Estamos a planear a nossa ida a Roma para acompanhar a canonização de São Nuno, que é o patrono do nosso movimento a nível nacional. Os nossos escuteiros reúnem-se todos os fins-de-semana e nós comemoramos este dia no fim-de-semana mais próximo do dia 23 de Abril”, explica Maria Helena Guerra, Chefe Nacional Adjunta do CNE.