Ainda sem solução à vista para a situação da Qimonda, o Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, admitiu, esta quinta-feira, que, apesar de o futuro da empresa parecer mais “favorável”, não quer criar “falsas expectativas”.
A solução para o caso Qimonda pode estar na Rússia. A compra por parte do consórcio russo Angstrom “é uma possibilidade”, confessa Manuel Pinho. “A situação é mais favorável do que era há dois meses; agora não me canso de repetir que é uma situação muito complexa e não quero criar falsas expectativas.”
Manuel Pinho confessa que não consegue escolher entre as palavras “optimista ou pessimista” para descrever as suas expectativas em relação ao futuro dos trabalhadores da empresa de Vila do Conde.
“Há milhares de postos de trabalho envolvidos, custa-me utilizar a palavra optimista ou pessimista. O que interessa é mangas arregaçadas e não deixar de lutar até haver uma luz”.
No entanto, Pinho garantiu que irá continuar a “acompanhar o caso”. “Ainda ontem [quarta-feira] estive em contacto com o Ministro da Economia da Saxónia e, na semana passada, o ministro Luís Amado, quando esteve em Moscovo, também trabalhou no sentido de este dossiê se tornar uma realidade”, disse aos jornalistas.
FINTRANS – Dimensão e Transmissão Empresarial
Manuel Pinho falou aos jornalistas na Exponor, em Matosinhos, no final da apresentação do FINTRANS – Dimensão e Transmissão Empresarial, um novo programa de apoio à fusão e criação de empresas, que conta com a participação da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e do Instituto Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI).
Para o presidente do Conselho Directivo do IAPMEI, Luís Filipe Costa, esta parceria entre o IAPMEI e a AEP veio em “boa hora” porque possibilita uma “intervenção conjunta e integrada para um leque alargado de instituições financeiras ou outras organizações empresariais e organismos profissionais” dedicada à “problemática da dimensão empresarial e da dinamização do mercado de transmissão de PME” [Pequenas e Médias Empresas].
É no Norte do país que se encontram a maioria das PME, cerca de 200 mil. Para ajudar estas empresas, o Ministro da Economia diz que é necessário “fazer com que o Estado aumente a despesa pública ” e, para além disso, “permitir que as empresas ultrapassem os gravíssimos problemas ao nível do financiamento”.
Manuel Pinho confessou-se surpreendido com a recepção calorosa que obteve por parte do público. “O que eu vi aqui foi um sinal de esperança”, afirmou, admitindo que estava à espera de “ouvir críticas e acusações”. “Quase fico embaraçado com o reconhecimento quase geral de que, da nossa parte, nós sabemos ouvir e estamos a fazer o nosso melhor”.