A tecnologia moderna é um meio de “manipular o que as pessoas acham” de cada um. As palavras de Cindy Jackson, a recordista mundial de cirurgias plásticas (cerca de 47), que marcou presença, esta terça-feira, inserida no VI Congresso Internacional “O Desejo”, organizado pelo Espaço T.

Numa mesa redonda sobre “Quando o desejo se transforma”, Jackson falou sobre os motivos que a levaram a mudar tantas vezes de aparência. “As pessoas vão olhar para a nossa imagem e a partir dela têm melhores oportunidades na vida”, destaca. “Sei que não é politicamente correcto, mas é a nossa natureza”, admite a também autora de vários livros e cantora.

Cindy Jackson é conhecida pela imprensa internacional como a “Barbie Humana”, algo que não lhe agrada. “Não gosto que me chamem Barbie Humana. Tive de trabalhar por tudo o que tenho e ser comparada com a Barbie é para mim um insulto”, diz.

A autora deu também alguns conselhos para quem quer fazer cirurgias plásticas. “Tenham muito cuidado porque é preciso saber as nossas motivações e ir um cirurgião com qualidade”, avisa.

Saúde em primeiro lugar

Miguel Stanley, licenciado em Medicina Dentária e Director da Clínica de Medicina Dentária da Lapa, sublinhou, durante a sessão, que a saúde deve ser sempre a prioridade para quem

“As pessoas querem ter o fim da linha antes de dar o primeiro passo”, critica. Miguel Stanley aconselha ainda os portugueses a terem cuidado com a escolha dos seus médicos dentistas. “Não tenham medo de perguntar às pessoas quais as suas qualificações.”

A sensualidade foi outro dos temas abordados. Cicciolina, ex-actriz pornográfica italiana, falou das suas experiências sexuais e da sua experiência no parlamento italiano.

“Estamos a construir uma sociedade toxígena”

Outro destaque foi o tema da toxicodependência e do desejo pela droga, trazido à discussão por Adelino Ferreira, Delegado Regional do Norte do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT).

“Estamos a construir uma sociedade toxígena”, criticou. Durante a sua intervenção, o responsável levantou fortes críticas ao papel da publicidade no apelo ao álcool e às drogas. “Há uma aceitação generalizada do consumo do álcool”, revela, ressalvando a importância dos pais na consciencialização dos filhos. “A publicidade tenta manipular e levar as pessoas ao consumo. O álcool é cada vez mais um produto que existe à disposição”, acrescenta.