Portugal vive uma “crise de valores” e a democracia está “fraca”. As palavras são de Rui Rio, convidado para falar no primeiro Fórum Luso-Espanhol de Protocolo, cuja sessão de abertura decorreu esta quarta-feira, no Teatro Rivoli.

Numa breve intervenção, o presidente da Câmara do Porto frisou a importância das regras de protocolo (ver caixa) para fomentar o “respeito” e “dignificar as instituições”. Rui Rio disse ainda que se deve “evitar usar o protocolo de forma que não dignifica” os envolvidos.

O autarca aproveitou ainda a ocasião para lançar críticas ao Governo, notando – sem concretizar – que os membros do executivo deviam “respeitar as leis que representam” e não “usurpar lugares”.

O que é o protocolo?

Por protocolo entende-se a área, normalmente ligada às relações públicas e às relações internacionais, que determina um conjunto de regras e formalidades aplicáveis em eventos públicos. Os profissionais do protocolo tratam de questões como a ordem em que convidados fazem os seus discursos, a disposição de lugares em banquetes oficiais e o posicionamento de bandeiras e símbolos oficiais, entre outras.

Estreia do fórum

A sessão de abertura do primeiro Fórum Luso-Espanhol de Protocolo contou com intervenções de Isabel Amaral, consultora e organizadora do evento, e Fernando Ramos, professor da Universidade de Vigo.

Numa intervenção informal e “improvisada”, Isabel Amaral teceu algumas considerações sobre a área do protocolo, analisando vários eventos diplomáticos recentes (tais como a presença de Obama na reunião G20 e a assinatura do tratado de Lisboa) e partilhando episódios da sua experiência na área. A apresentação acabou com uma série de “apanhados” mostrando gaffes ocorridas em eventos públicos.

Isabel Amaral tomou a voz para substituir Carlos Lafuente, presidente de Academia Internacional do Protocolo. Lafuente não pôde marcar presença no evento “por razões de doença”, explicou a organizadora.

Já Fernando Ramos alertou para o que considera ser um dos problemas do sector: “o protocolo não tem valor legal”. Afirmando que aquele já possui os requisitos necessários para ser considerado “uma disciplina científica”, o professor da Universidade de Vigo apresentou algumas medidas “importantes” para o desenvolvimento da disciplina, incluindo a maior divulgação do protocolo como “disciplina própria” nas universidades e a criação de um “código deontológico a nível internacional”.

Entre os convidados presentes estiveram ainda Jorge Salvati, presidente da Organizacíon Internacional de Ceremonial y Protocolo, e Rafael Vidal, Chefe de Protocolo da Deputácion de Coruña.