O apelo à legalização da marijuana vai voltar a ser ouvido, este sábado, nas ruas do Porto. Com partida marcada para as 15 horas, na Praça do Marquês, a Marcha Global pela Marijuana (MGM) chega à cidade pelo terceiro ano consecutivo, no âmbito de uma iniciativa que acontece em 263 cidades de todo o Mundo.
Depois de, em 2008, ter juntado mais de 700 participantes, a MGM volta ao Porto com o objectivo de reunir, “não só as pessoas que usam este tipo de droga [marijuana], mas também técnicos de saúde ou estudiosos do assunto”, aponta Sérgio Vitorino, mandatário de uma iniciativa que ” tem crescido significativamente, de ano para ano.
Durante a MGM, os manifestantes vão reafirmar o apelo ao fim da proibição do uso desta substância, uma vez que “não representa um risco tão grande como as substâncias adulteradas que se obtêm no mercado clandestino”, acrescenta ao JPN o activista da associação Panteras Rosa.
Sérgio Vitorino diz mesmo que o problema não está na existência das drogas mas antes na sua proibição. Motivado por uma “mudança política” na área, o também jornalista considera que as tentativas de erradicar a produção de drogas ilegais, por parte de entidades como a ONU, têm um “sentido impossível, utópico e ridículo”.
Luís Fernandes, autor do livro “O sítios das drogas”, partilha as motivações do mandatário e afirma a necessidade de “desmistificar para o grande público” a utilização deste tipo de drogas. Um processo “moroso” mas que resulta normalmente numa “abertura de mentalidades”, destaca o professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).
Depois da marcha propriamente dita, a MGM Porto prossegue, à noite, com várias sessões de encerramento. A animação incluirá vários concertos, como os de Luciano & Jah Messenjah Band, ou da “rainha” do Lovers Rock, Carroll Thompson.