Revitalizar, animar, dinamizar – são as palavras de ordem da Plataforma de Intervenção Cívica (PIC), presentes no Manifesto – Bolhão 2009, que a PIC apresentou, este sábado, em pleno Mercado do Bolhão.

O objectivo é desenvolver “as actividades económicas do comércio local” e “atrair mais pessoas” ao mercado que, apesar de manter a sua génese, deve abrir-se a “inovadoras valências”. Para isso, a PIC propõe várias actividades, desde festivais de dança, folclore e coros a teatro, desportos radicais ou feiras.

Não é um projecto para “encher um buraco”, nem “para inglês ver”. Tem o propósito, sim, de “tornar o Bolhão num espaço vivo”, para além da sua valência habitual de mercado, salienta, ao JPN, Daniel Santos, da PIC.

O activista fala da importância de divulgar as histórias características do mercado junto dos mais novos e refere que ainda há um longo caminho a percorrer, no sentido de não “se perder um legado cultural tão grande”, já que vê o Mercado do Bolhão como “uma grande parte da cultura portuguesa e portuense”.

Palavras que vão de encontro aos desejos de José Maria Silva da Comissão de Coordenação da PIC, que quer “fazer com que o Bolhão possa ser um pólo de revitalização da Baixa do Porto”.O activista relembra, por isso, a importância da recuperação de antigas tradições.

“O Mercado do Bolhão é, para além do mais, um símbolo e um ícone do Património arquitectónico, histórico e cultural do Porto, da sua região e do país”, pelo que a PIC propõe a criação de espaços como a “Loja do Turista”, o “Café-Bar Erasmus” ou um espaço museológico.

A PIC considera o mercado um “elemento decisivo da revitalização da Baixa do Porto”, pelo que apela à celeridade do projecto, à consistência do financiamento, à definição de uma estrutura de gestão, à garantia do carácter municipal dessa mesma gestão e à urgente higienização do mercado.

Plataforma de Intervenção Cívica pretende animar o Mercado histórico

A PIC surgiu como um espaço de debate, com a participação de cidadãos, movimentos cívicos e organizações associativas da região para garantir a salvaguarda do mercado como “património arquitectónico e cultural”.

Alcino Sousa, da Associação de Comerciantes do Bolhão, dirige fortes críticas à acção da Plataforma de Intervenção Cívica, associando-a a um “oportunismo político”.

Na sequência de várias petições entregues em defesa do Mercado do Bolhão e da sua urgente reabilitação e modernização, e depois da ameaça de poder ser convertido num centro comercial, o Bolhão vai ser reabilitado, em articulação com o Ministério da Cultura.

A PIC tem desconfianças da proveniência dos meios disponibilizados, mas não deixa de apresentar propostas para a reabilitação. Embora haja a alternativa dos fundos comunitários, a Plataforma refere que compete à Câmara disponibilizar os 20 milhões de euros necessários para a requalificação.