Avaliar a eficácia e a segurança na actividade física de crianças asmáticas. Foi com este objectivo que André Moreira, investigador e docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), realizou o estudo, apresentado esta segunda-feira, que comprova que o exercício físico é, afinal, benéfico para as crianças com asma.

Uma “intervenção segura” e um “benefício” para a asma. Foram estas as principais conclusões do estudo de André Moreira que, em declarações ao JPN, explicou os passos tomados na investigação, que concluiu não existir um “agravamento da asma em nenhuma das crianças” que praticassem desporto.

Asma atinge um milhão de portugueses

Um estudo realizado por um grupo de pneumologistas comprova que a asma deu origem a 25 mil internamentos e a 189 mortes nos últimos oito anos. A asma é uma doença do foro respiratório, que atinge cerca de um milhão de portugueses. À agência Lusa, os autores do estudo revelaram a necessidade de controlo da asma, para proporcionar uma melhor qualidade de vida e uma “substancial” redução de custos. O estudo revela ainda que 48,7 por cento dos doentes com asma têm menos de 19 anos.

O docente da FMUP aproveitou para criticar a “relutância dos pais e dos médicos em prescrever a actividade física a crianças com asma”. “A ideia é passarmos uma mensagem quer para os doentes, quer para os responsáveis pelos doentes, quer também para sensibilizar os médicos para utilizar a prescrição da actividade física, tal como se faz a prescrição da terapêutica farmacológica.”

O docente aconselha a quem tem asma que faça “uma actividade física estruturada e planeada”. “Existem tantos benefícios do exercício para além daqueles relacionados com a asma que, mesmo que não houvesse nenhum benefício na asma, já era muito bom começar com um programa de actividade física”, acrescenta.

O Dia Mundial da Asma é assinalado esta terça-feira com rastreios gratuitos um pouco por todo o país.