Já foram locais de comércio de referência mas cederam perante a força dos shoppings em tamanho “XL” que foram aparecendo na região. Agora, e depois de terem passado por uma crise profunda nos anos 90, o Shopping Brasília e o Centro Comercial Londres partilham a vontade de limpar a imagem de vazio e de recuperar o seu espaço.

“Estamos a aguentar-nos firmes”, afirma, optimista, Ana Paula Santos, presidente da Associação de Comerciantes do Brasília, que não desiste de tentar recuperar aquele que foi o primeiro centro comercial a surgir na Península Ibérica.

O Shopping Center Brasília já iniciou um processo de remodelação, cuja finalização está prevista para este ano.O projecto teve início em 2006, nas comemorações do trigésimo adversário e está orçado em 12, 5 milhões de euros. Na reabilitação, de acordo com o JN, estão incluídas a reparação da fachada e a reconversão do espaço do antigo cinema “Charlot” (exceptuando a sala) numa praça da alimentação e animação”.

Legalização do Dallas para breve

Em processo de legalização, dez anos após o seu encerramento, está o complexo do Centro Comercial Dallas. Depois da pressão feita pela Andargest – empresa responsável pelo edifício- junto da Câmara Municipal do Porto para a elaboração de um Plano de Pormenor para o complexo, a autarquia vai finalmente avançar com o projecto. Fonte da autarquia declarou à agência Lusa que vai chamar, dentro de pouco tempo, os 900 proprietários de lojas, escritórios e habitações do Dallas, para resolver questões jurídicas, avançando assim para a legalização.

Neste processo, está a vontade de Ana Paula Santos em mobilizar os comerciantes para “alterar estatutos e regulamentos” de modo a “haver regras”. As regras existem mas, de acordo com o que diz a presidente, “são diferentes para cada um dos 120 proprietários das lojas do centro comercial”.

Para além do aparecimento das grandes superfícies comerciais, Ana Paula Santos encontra outras razões para a “desertificação” de espaços como o Brasília. “O cliente hoje em dia é pouco fidelizado e carecemos de jovens. Mas vamos resistindo, tentando acompanhar com muita coragem e ultrapassar o momento mais complicado”, explica a lojista ao JPN.

A vontade de recuperar o shopping é, contudo, travada pela crise que “só piora a situação”, diz a comerciante. “50% do nosso desastre é devido à crise”, admite. Ana Paula Santos revela que o Brasília precisa de mais campanhas publicitárias que não avançam “por motivos financeiros. Cada vez são menos os associados a colaborar, mas alguma coisa há-de acontecer”, acrescenta.

C.C. Londres: “Só nos falta a vistoria”

Legalizado recentemente, o Centro Comercial Londres também tenta lutar contra a crise e recuperar a clientela. Zeferino Dias, um dos administradores do “Londres”, revelou ao JPN que o espaço ainda aguarda a “vistoria dos bombeiros” para estar”totalmente legalizado”. “Estamos a dar continuidade a uma obra que os bombeiros exigiram para passar a licença de habitalidade”, explica.

O Centro Comercial Londres já foi legalizado pela Câmara Municipal de Matosinhos (CMM). Após a vistoria, os administradores pretendem igualmente apostar na publicidade. “Talvez na rádio e assim será mais fácil investir nas lojas”, afirma Zeferino Dias.

“Sem termos melhoras aqui dentro, não adianta dizer que está muito bom”, acrescenta o responsável, confessando, ainda assim que “a fase má está ultrapassada. “Este ano já superámos muitas, muitas coisas”, atira Zeferino Dias.