O jornal “Público” e a agência noticiosa “Lusa” podem, já a partir de “Junho ou Julho”, mudar-se para as instalações do curso de Ciência da Comunicação da Universidade do Porto (UP), disse, ao JPN, Rui Centeno, director do curso. Também a Rádio Nova, um canal de televisão e outras instituições podem vir a integrar o futuro cluster.

De acordo com Centeno, “o aspecto contratual já está resolvido com a UPTEC”, a entidade que “gere os espaços”. “Só falta saber quando estarão concluídas as obras e quando haverá condições para estes dois órgãos passarem para cá. Nós presumimos que em Junho, Julho se efective a passagem, quer do Público, quer da Lusa, para as instalações”, esclarece.

A agência Lusa foi a primeira a mostrar interesse no projecto e, a partir daí, “a ideia espalhou-se”. Rui Centeno destaca a vantagem de os vários órgãos de comunicação “estarem reunidos num só pólo”.

“É diferente as empresas de comunicação estarem espalhadas pela cidade ou estarem aqui todas juntas. Assim geram-se sinergias que, de outra forma, seria mais difícil verificar. As empresas não querem ficar umas atrás das outras”, realça.

A mudança das redacções do Público e da Lusa para a Praça Coronel Pacheco também irá beneficiar o curso e as empresas, de acordo com o responsável. “As vantagens são óbvias pelas possibilidades de desenvolver projectos e centros de investigação nesta área. São duas empresas importantes dos media em Portugal, são empresas de referência e isso também está a atrair outras empresas a vir para aqui. Umas de dimensão idêntica e outras de dimensão menor”, adianta Rui Centeno.

Neste momento “decorrem negociações com outros grupos e um canal de televisão”, que querem ocupar as instalações. A redacção do Porto do novo jornal “i” também se localiza na Praça Coronel Pacheco. Para além destes órgãos, pequenas empresas, produtoras e empresas de antigos alunos de Ciências da Comunicação já apresentaram variadas propostas para se mudarem para o edifício.

Alunos aplaudem o projecto

A ideia de criar um “Pólo Media” agrada à maioria dos alunos de Ciências da Comunicação. Para Cláudia Baptista, aluna do 1.º ano, ao concretizar-se este projecto, as empresas ganham “um conhecimento maior da forma como os alunos trabalham e aprendem”, mas também os estudantes ficam “mais perto de conseguir oportunidades de emprego”.

Embora o projecto possa trazer inúmeras vantagens, os alunos ressalvam a falta de investimento nas infra-estruturas já existentes. A finalista Ana Tulha afirma que o edifício “já não é assim tão grande quanto isso e é preciso reformular um bocado as coisas para garantir que há espaço para tudo: para a Lusa, para o Público e para haver boas condições para o curso de Ciências da Comunicação”.