Depois de percorrer os palcos do mundo inteiro, a obra de William Shakespeare, Romeu e Julieta, parte agora à conquista do universo virtual. O Second Life acolhe, esta quinta-feira, às 21h00, o bailado inspirado na peça do dramaturgo inglês, uma produção da companhia Silken Ballets (ver caixa).

Segundo Rui Lourenço, bailarino do evento e criador da ilha Alma Portuguesa que acolhe o certame, este é o primeiro grande bailado do Second Life, um espectáculo “muito superior ao do IBM”, o primeiro do género patrocinado pela empresa informática.

Romeu e Julieta

Romeu e Julieta é um bailado produzido pela companhia Silken Ballets, formada por uma ex-bailarina da Companhia Nacional de Bailado, em 2008. O bailado é acompanhado com música de Prokofiev e Tchaikovsky. Estreou no domingo na ilha SL (Second Life) Opera e chega hoje, às 21h00, à ilha Alma Portuguesa, numa iniciativa da Comunidade Cultural Virtual (CCV).

A estreia do espectáculo deu-se na ilha SL Opera. Apesar dos problemas relacionados com o “lag” das ligações, a prestação foi positiva e levou, até, à contratação de alguns bailarinos para actuar noutras ilhas. Rui Lourenço foi um deles. “Nos próximos 30 dias só têm quatro dias vagos”, afirma.

Ensinar Português no Second Life

Rui Lourenço pertence à Comunidade Cultural Virtual que visa promover a cultura portuguesa em ambientes virtuais e redes sociais. Além de apoiar o bailado da Silken Ballet, também se empenha noutros projectos. Tudo para dar a conhecer Portugal ao mundo.

Rui Lourenço conta ao JPN que a sua actual grande batalha é “conseguir que a língua portuguesa seja ensinada no Second Life”. Ao contrário do espanhol, que é ensinado por professores do Instituto Cervantes, o português é a única língua que não se pode aprender nesta plataforma.

“Transmitir o que se faz cá fora nos tempos livres para dentro do Second Life”. É esta a mais-valia do projecto para Célia Gaião, figurante no bailado e membro da Comunidade Cultural Virtual. “Quem vem ver um ballet no Second Life também vai ver um ballet na ‘real life’, no teatro, um concerto.”

Second Life: 18 milhões de utilizadores

Não só as actividades culturais aumentam no Second Life. O número de utilizadores situa-se agora nos 18 milhões, dos quais mais de 40 mil são portugueses. Os números aumentam ainda mais quando se fala da quantia arrecadada pelos utilizadores. Só no último ano 450 milhões de dólares foram ganhos no Second Life.

A tendência será para os utilizadores aumentarem ainda mais, até porque a partir de Julho deste ano o Second Life vai-se tornar mais seguro, já que os conteúdos não aconselháveis a menores de 18 anos vão passar a pertencer a uma zona acesso restrito.

Rui Lourenço acredita que com esta alteração fica aberto o caminho para as empresas investigarem “o que é que vai ser o futuro da comunicação” no Second Life, a exemplo do que já fazem a IBM e a Microsoft.