Marcelo Rebelo de Sousa voltou a defender, esta sexta-feira, que o Presidente da República “devia vetar” a Lei do Financiamento dos Partidos. Deste modo, diz o comentador, Cavaco Silva estaria a passar uma mensagem fulcral: “Eu acho um escândalo, a um mês de eleições, impingir esta lei aos portugueses”.

Quanto às recentes declarações de Vital Moreira, candidato do Partido Socialista (PS) às eleições europeias, acerca do processo em curso a Lopes da Mota, por alegadas pressões a dois magistrados, Marcelo Rebelo de Sousa atenta para a ausência de lógica na postura do governo socialista.

Processo de Bolonha

Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto professor do Ensino Superior, comenta a adaptação dos estudantes ao Processo de Bolonha, afirmando que foi “rápida” em Portugal e que “o panorama global é positivo”, apesar de ser “um processo complicado”.

“Não se percebe que o Governo entenda que não deve dizer nada sobre o caso porque está à espera e, ao mesmo tempo, fale sobre o caso indirectamente atacando o Ministério Público. Há aqui uma contradição”.

O ex-líder do PSD salienta ainda que a imagem de Portugal é prejudicada à luz deste processo: “Temos de admitir que se se passasse com outro país acharíamos que não era bom para a imagem do país e, portanto, se isso acontece com outro país, acontece também com Portugal”.

Cerimónia de atribuição de Honoris Causa

As declarações do comentador foram recolhidas à margem da cerimónia de atribuição do grau de Doutor Honoris Causa a Eduardo Garcia de Enterría e Christian Debuyst, afilhados de doutoramento de Marcelo Rebelo e de Cândido da Agra, respectivamente.

O evento decorreu na Faculdade de Direito da Universidade do Porto sendo Eduardo Garcia de Enterría e Christian Debuyst a 70.ª e 71.ª personalidades distinguidas com o grau Honoris Causa pela instituição. Belmiro de Azevedo será o próximo homenageado com o título, dentro de uma semana.