Os jovens encaram de forma positiva a investida dos principais partidos políticos portugueses na Internet para tentar angariar mais apoios para os três actos eleitorais deste ano.

“Pode ser muito útil para os jovens que estão indecisos porque a maior parte dos jovens já não lê jornais, vê pouca televisão e a informação tem que chegar pela Internet”, afirma.Francisco Ferreira, estudante universitário de 19 anos. Prestes a votar pela primeira vez, e logo em dose tripla, o jovem acredita que “se uma pessoa estiver indecisa, essa interacção (online) pode cativá-la para um candidato, pelo que os políticos também ganham”,

Marta Afonso, também estudante universitária 19 anos, prefere, contudo, realçar a necessidade do “contacto directo” dos candidatos com as pessoas. “Se apostarem tanto nessa vertente online, podem vir a esquecer o tal contacto directo com o público e os eleitores, principalmente com os mais idosos que não têm acesso às novas tecnologias”, sublinha, não deixando de reconhecer a “importância” das plataformas na web para a divulgação de campanhas.

A preocupação com a entrada no mundo dos novos media parece ainda não estar totalmente imbuída na classe política em Portugal, mas Francisco Ferreira acredita que esse cenário poderá alterar-se já a partir de agora. O estudante sustenta a opinião na “relação de dependência dos partidos com as agências de comunicação, que têm consciência de que o panorama está a mudar e de que a web é o futuro”.

“Por arrasto do caso de Barack Obama, nos Estados Unidos, os políticos começam agora a perceber que que a Internet é um caminho que facilita o contacto com os mais jovens porque consegue-se uma fidelidade mais extensa no tempo”, remata Francisco Ferreira