“Até se perceber se há, ou não, mão criminosa no desaparecimento, não se deve noticiar ou divulgar as fotografias das crianças.” Este é o alerta deixado por Patrícia Cipriano, vice-presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD), no Dia Internacional da Criança Desaparecida.

“Se há um terceiro envolvido, a partir do momento em que a fotografia é divulgada, o mais certo é o indivíduo matar a criança”, explica a vice-presidente. É, por isso, “preciso” que a “comunicação social esteja coordenada com os órgãos de polícia criminal para que a notícia seja dada no momento certo”.

Linha de apoio europeia 24 horas por dia

Dez países da Europa já podem contar com uma linha comum de apoio. O número atribuído é o 116000 e funciona 24 horas por dia. Através dele, os habitantes de Portugal, Bélgica, França, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Roménia, Eslováquia e Holanda podem pedir apoio jurídico, psicológico e administrativo de forma gratuita. Em Portugal este serviço já funciona desde o ano passado.

A APCD encontra-se, neste momento, a trabalhar em 15 casos de desaparecimento. A sua acção situa-se, principalmente, na família das crianças desaparecidas.

“Em Portugal, do conhecimento que nós temos, as maiores causas de desaparecimento são as fugas e os raptos parentais”, revela Patrícia Cipriano. As crianças entre os 12 e os 15 anos são, segundo a vice-presidente da APCD, as mais afectadas.

“A nossa existência prende-se com o facto de não deixarmos cair no esquecimento as crianças que estão desaparecidas, algumas delas há mais de 10 anos”, afirma Patrícia Cipriano. “É fundamental que a sociedade civil se comprometa também nesta causa e que aposte na prevenção de novos desaparecimentos”, acrescenta.

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