A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) acusa a TVI de falta de isenção e rigor jornalísticos. Afirma a entidade que a TVI tem desrespeitado as normas éticas e legais do jornalismo, misturando factos e opinião em várias edições do “Jornal Nacional” de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.
Numa deliberação divulgada quinta-feira, a ERC “reprova a actuação da TVI” e pede à estação televisiva que cumpra “de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalísticas”.
Em causa estão sete peças de três edições do “Jornal Nacional” de sexta-feira. Estas foram analisadas pelos serviços técnicos da ERC depois de terem sido apresentadas 13 queixas na entidade sobre essas edições.
“Todas as queixas têm como elemento comum o facto de acusarem a TVI de violar deveres ético-legais do jornalismo, designadamente de falta de rigor e de isenção, em peças jornalísticas que apresentam o primeiro-ministro ou outras pessoas ligadas ao Governo e ao PS como protagonistas”, pode ler-se no comunicado da ERC.
A ERC considera ainda que a TVI se afastou de alguns princípios expostos no seu Estatuto Editorial, em que o canal televisivo se compromete “a observar, nomeadamente, nos seus programas de Informação, regras estritas de honestidade, de isenção, de imparcialidade, de pluralismo, de objectividade e de rigor”.
Assim, os membros do conselho regulador consideraram que a TVI deve “demarcar claramente os factos da opinião” como determina o Estatuto do Jornalista.
O JPN tentou obter uma reacção da parte da TVI, mas a estação televisiva não se mostrou disponível para prestar mais declarações sobre o assunto.