A mensagem pode ser diferente, mas o meio parece ser o mesmo. Da religião muçulmana ao budismo, passando pela Igreja Evangélica e Ortodoxa, todos seguem o exemplo da Igreja Católica ao reconhecer as potencialidades da Internet, seja para comunicar com os fiéis ou para dar a conhecer a religião.

Sheik Munir, líder da comunidade muçulmana, admite os benefícios da World Wide Web, sobretudo “para transmitir o Islão, explicar às pessoas o que é a religião e esclarecer aquelas que têm dúvidas”. A comunidade islâmica possui um site, onde os seguidores podem-se informar sobre o horário das orações ou colocar questões relacionadas com a religião.

Para a Igreja Ortodoxa, comunicar na Internet serve, essencialmente, para informar e manter contacto com os fiéis, a maioria de origem ucraniana e russa. São cerca de cem e-mails que o arquimandrita Philip Jagnisz recebe diariamente. O vigário-geral da Igreja Ortodoxa em Portugal e na Galiza acredita que a Internet “pode levar a um melhor entendimento da religião”. No entanto, não a encara como um meio para atrair jovens para a Igreja.

Um meio “imediato”

Já na comunidade budista, desde a vinda do Dalai Lama, a Portugal, em 2007, o número de praticantes tem vindo a aumentar. A garantia é dada por Alexandra Coveira, membro da União Budista Portuguesa (UBP). Por outro lado, também o site da UBP tem recebido mais visitantes, um aumento que pode ser explicado pela recente renovação do portal.

Alexandra Coveira vê a Internet como uma mais-valia para chegar aos mais novos, pois “é uma forma imediata de passar a informação”. “Já não se sente aquela desconfiança”, exclama. Opinião contraditória tem Samuel Pinheiro, coordenador da Comissão de Televisão da Aliança Evangélica Portuguesa, que alerta para os perigos da Internet: “tem de ser muito bem usada”.

Por si só, continua Samuel Pinheiro, a Internet não traz seguidores para religião. “É o amor que deve atrair as pessoas a Jesus Cristo”, justifica. A Igreja Evangélica mantém, no entanto, um site e recorre ao e-mail como meio de comunicação.

Já a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tem vindo a apostar cada vez mais na Internet. Seja através do site oficial, do grupo no hi5 ou do canal no YouTube, a IURD utiliza as mais variadas ferramentas para divulgar as suas actividades.

Uma “forma de chamar mais pessoas” que “claramente” faz “crescer a Igreja”, destaca André Fernandes, estudante universitário e membro da IURD.