Uma reflexão sobre a intimidade e a identidade individual, em que o público é “voyeur” por histórias que não são suas, mas com as quais se identifica.
Em estreia absoluta no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) neste fim-de-semana, a peça “Wake Up”, uma co-produção entre o Centro Dramático Galego e a companhia Nut Teatro, pôs o público do Teatro Carlos Alberto a questionar a sua própria identidade, através da exploração do conceito de “camas quentes”, onde várias pessoas partilham o espaço privado entre si.
Iria Sobrado e o resto do elenco já tinham estado no FITEI do ano passado, com as peças “4.48 Psicose” e “Corpos Dissidentes”. Sobre o público do Porto, a actriz elogia a forma como foi recebida, sentindo-se “muito acolhida dentro do festival e dentro do teatro”. “Há vezes em que passas pelo teatro, outras em que o teatro passa por ti”, remata.
A crise também não passa ao lado do teatro. Carlos Neira, director da Nut Teatro, diz que os mais afectados são os artistas, “que parece que não têm posto de trabalho nem importância”. “A crise nota-se na hora de se fazer uma produção”, lembra, referindo a dificuldade em conseguir apoios financeiros para as produções artísticas.
“Wake Up” continua em Portugal até dia 9, com uma apresentação no Auditório Municipal de Moita, partindo depois para Espanha, onde vai ser apresentado nos dias 18, 19, 20 e 21 de Junho, no Salão Teatro de Santiago de Compostela.