“Adaptar o Palácio de Cristal aos tempos modernos” é, nas palavras do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, o objectivo do projecto de requalificação de “um dos ícones da cidade do Porto”. O autarca admite que o edifício “tem neste momento pouca utilidade” e que existem eventos que não se realizam naquele espaço “por falta de condições”.
Por isso, este novo projecto, também da autoria do arquitecto José Carlos Loureiro, afirma-se como uma “âncora” suficientemente “forte” para reconverter este espaço da cidade e, de acordo com Rui Rio, “estimular o turismo” através de “parcerias público-privadas”.
O objectivo é que já em 2012 o renovado Pavilhão Rosa Mota possa entrar em funcionamento, tendo três áreas de forte aposta: “a música, o desporto e [a organização de] congressos”, com eventos que poderão albergar “sete mil pessoas”.
Esta terça-feira, na apresentação do projecto, orçado em 19 milhões de euros, esteve José Carlos Loureiro, o arquitecto que idealizou há 57 anos o Pavilhão Rosa Mota. O arquitecto, apesar de estar ciente de que a estrutura necessita de “obras de manutenção”, ressalva que “as características arquitectónicas não vão ser alteradas”, até porque o pavilhão “está classificado pelo IPPAR” (Instituto Português do Património Arquitectónico). As obras de renovação arrancam para o ano.
Novo restaurante, salas e um novo lago
A grande aposta vai para a “versatilidade de funcionamento do espaço”, explica José Carlos Loureiro. Neste sentido, será criado um novo restaurante e ainda três salas, que podem albergar 1200, 322 e 522 pessoas respectivamente. A estas junta-se uma outra, com capacidade para 1180 lugares, que será subdivisível em três espaços com cerca de 400 lugares.
Durante a intervenção, o arquitecto não vai descurar o “respeito pela área envolvente” dos Jardins do Palácio. O lago, que, diz o responsável, mais se assemelha a um “charco”, será assim transformado num “espelho de água”, que servirá de paisagem natural para as refeições no restaurante e para os eventos na sala de 1200 pessoas.
A preocupação pelo meio ambiente é um elemento a que a nova intervenção não fugiu. As cozinhas vão ter “equipamentos de aquecimento de água” e a implementação de painéis fotovoltaicos “está em estudo”.