O embaixador português no Irão, José Moreira da Costa, desmente as informações, veiculadas este sábado no Twitter, que denunciavam que algumas embaixadas europeias (ver mapa), entre as quais a portuguesa, teriam autorização para receber e oferecer ajuda médica a feridos, devido à insegurança dos hospitais locais.

Em declarações ao JPN via e-mail, José Moreira da Cunha, nega este anúncio. “Embora corram imensos boatos no Irão, não foi solicitado a esta Embaixada para receber quaisquer feridos.”

As eleições presidenciais de 12 de Junho no Irão têm levado milhares de pessoas para as ruas da capital iraniana, Teerão. Em causa estão os resultados da votação que dão a vitória a Mahmoud Ahmadinejad, números contestados nas ruas pelos apoiantes do candidato derrotado, Mir-Hossein Mousavi, que acusam o governo de manipulação dos votos.

Num país em que o Twitter e o YouTube afirmam-se como fontes privilegiadas dada a dificuldade de acesso à informação pelos meios noticiosos convencionais, diversos rumores, como o deste sábado, são espalhados e tomados por verdadeiros pelas agências noticiosas, meios de comunicação e autoridades.

A Revolução que revoluciona… a Internet

Nas ruas da capital, ecoam gritos de revolta contra o regime. Na Internet, milhares de utilizadores pintam de verde os seus “avatares” em serviços como o “Twitter”, demonstrando o seu apoio a Mousavi e aos protestantes iranianos.

Em diversas cidades espalhadas pelo mundo, manifestações populares contra a violência usada por Ahmadinejad espelham o autêntico fenómeno internacional que se criou na última semana. O “mundo está a observar” o que acontece no Irão, assume Barack Obama.

Na ausência de cobertura dos acontecimentos por parte dos meios de comunicação convencionais e sem outra forma de contactar com o exterior, os iranianos (terceira nação com mais bloggers do planeta) usam o Twitter para relatar os acontecimentos minuto a minuto e o YouTube, partilhando os vídeos que captam os confrontos com a polícia.

A “hashtag#iranelection corre o planeta e recebe diversos “twits” por segundo. Mas, no meio de tanta informação, o problema da confirmação atinge novas proporções.