Se é verdade que as as feiras de artesanato não deixam de ser uma forma de dar a conhecer o trabalho de todos aqueles que possuem carta de artesão ou de feirante, por outro lado os blogues tornam-se, a par e passo, em autênticas bancas de comércio artesanal.
Miguel Oliveira, responsável pela Federação Portuguesa de Artes e Ofícios, lembra que os artesãos trabalham com as próprias mãos, mas não deixam de recorrer às novas tecnologias. Apesar do processo de produção das peças ser artesanal, há muitos artesãos que recorrem à Internet para divulgar os seus trabalhos de forma a “actualizarem-se, executarem projectos ou partilharem informação”.
Cláudia Andrade é uma presença assídua na Internet. A psicóloga e artesã aproveita a tecnologia para “pôr os produtos on-line, comprar materiais da Índia e da China” e, assim, nem precisa de se “deslocar aos sítios para os adquirir”.
Também Manuela Martins, dedicada a tempo inteiro ao artesanato, usa a Internet para divulgar as suas peças, embora as vendas não sejam elevadas. “As pessoas sempre vão vendo os trabalhos e comprando qualquer coisa, mas muito pouco”, ressalva.
Já a artesã Acilda Oliveira considera que através dos blogues se consegue “vender bastante”, além de contribuir para a exposição dos trabalhos.
A artificie não deixa, no entanto, de ressalvar que a tradição das artes deve ser mantida. “Temos de aderir às novas tecnologias, mas também há que preservar um bocado as artes.”