Chama-se “Lusocord” o primeiro banco público de sangue do cordão umbilical, gerido pelo Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN). O projecto não é novo, mas só na passada quinta-feira o Ministério da Saúde anunciou que nascerá no Porto.
Em declarações ao JPN, a directora do CHN, Helena Alves, salienta que o banco “já está em condições normais de funcionamento”, esperando-se que “daqui a dois meses já esteja a funcionar a velocidade de cruzeiro”.
Com um investimento base de 700 mil euros, estima-se que o orçamento anual seja de dois milhões de euros. Um valor que é “mais económico”, justifica Helena Alves, directora do CHN, por já existir equipamento. “É um projecto que já existe há 17 anos, já tínhamos a pré-instalação e o equipamento necessário é semelhante ao utilizado na congelação de tecidos”, refere.
O objectivo é “oferecer um apoio que não existia em Portugal”, acrescenta Helena Alves. Isto porque o banco de dádivas permite disponibilizar as células a qualquer doente compatível, ao contrário dos bancos privados. Os doentes que necessitam de transplantes de medula óssea vão poder assim beneficiar de um serviço totalmente gratuito.
“Com este método os doentes não precisam de ter todas as compatibilidades para fazer o transplante, pelo que permite alargar o leque de doentes com compatibilidade”, afirma a responsável.
Três mil amostras por ano
A localização do banco de dadores não assume grande relevância, apesar da taxa de natalidade ser mais elevada no Norte. “Pode haver uma maior proximidade da população, mais facilidade no transporte. No entanto, uma boa parte das solicitações é do Sul”, acrescenta a directora do CHN.
Por ano, prevê-se a recolha de três mil amostras, integrada numa rede nacional e internacional. No entanto, as expectativas devem ser superadas, pois, segundo Helena Alves, “os portugueses são uma população altamente solidária”. Cerca de 50 por cento das amostras destinam-se a investigação.