É mais uma forma de comemorar o duplo aniversário – 10.º do Museu e 20.º da Fundação – e, desta vez, fora de portas. “Emissores Reunidos – O amanhã de ontem não é hoje” e “Serralves 2009 – A Colecção 2.ª Parte: Vídeos e Filmes na Cidade” são as duas exposições inauguradas, esta sexta-feira, no n.º 74 da Rua Cândido dos Reis, patentes até 20 de Setembro.

Um “momento singular” da história de Serralves, considera o director do Museu, João Fernandes, já que a única vez que a instituição saiu para a cidade foi em 2001 com a exposição “Squatters”. Agora regressa e para um edifício que herdou “diferentes passados” enquanto armazém da Fábrica Rio Vizela e antiga sede da Radiodifusão Portuguesa (RDP).

Horário:

De terça a quinta-feira e domingo, das 15h00 às 20h00. Sexta e sábado das 15h00 às 23h00. As exibições encontram-se encerradas à segunda-feira. A entrada é gratuita.

Reminiscências que são profundamente evocadas na exibição “Emissores Reunidos”, comissariada por Ricardo Nicolau, que decidiu pôr em confronto dois artistas “muito diferentes”: o argentino Nicolás Robbio e a portuense Isabel Carvalho.

Seguindo a simbologia da rádio e da cidade, Robbio – que, durante um mês, se instalou no Porto – baseia os seus trabalhos na premissa de “comunicar para o exterior” trabalhando com “material sonoro”, descreve Ricardo Nicolau.

Já Isabel Carvalho, além de resgatar os tecidos da Fábrica Rio Vizela, quis “dinamizar o espaço”, transformando-se numa autêntica “programadora”, graceja o comissário. Naquele que era o antigo bar da RDP, a artista idealizou um autêntico programa de rádio. Vão-se realizar, assim, várias conversas e concertos, cujas gravações serão arquivadas naquele mesmo espaço.

O corpo e a paisagem em vídeo

O segundo momento da exposição “Serralves 2009 – A Colecção” ocupa vários pisos do edifício, propriedade do Sindicato de Bancários do Norte. Centrada, tal como o nome indica, na “dimensão prática do vídeo”, a selecção das obras obedece a dois “vectores”, esclarece João Fernandes, comissário da exposição a par de Ulrich Loock.

O “corpo em movimento” e a paisagem “enquanto território real e imaginário” dão o mote, então, à colecção de trabalhos de nomes como Vito Acconci, Dennis Oppenheim, Pedro Costa ou Eugénio de Melo e Castro.

Em simultâneo, durante o mês de Julho vão ser apresentadas algumas obras do acervo de vídeos e filmes da Colecção de Serralves no antigo cinema Passos Manuel.

Haverá ainda uma terceiro momento, a realizar-se em Outubro, no Museu, com uma exibição centrada nos livros e discos de artista.