É com o dedilhar da guitarra de Norberto Lobo e o novo filme de Jim Jarmusch que se inicia, este sábado, a 17.ª edição do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, que este ano ganhou uma nova casa. O renovado Teatro Municipal da cidade, que se encontrava em remodelação desde 2006, vai acolher o evento, resolvendo-se, assim, várias “limitações de espaço”, salienta Dário Oliveira, da direcção do festival.

Esta será a primeira actividade a ser albergada pelo Teatro Municipal de Vila de Conde, e para Dário Oliveira, “a expectativa é grande” por vários motivos, dos quais destaca as condições “excepcionais” do espaço.

Na sessão de abertura, às 22h00, actua o português Norberto Lobo que, com o seu trio Tigrala, vai interpretar a banda sonora original de “Tabu”, o último filme do alemão F. W. Murnau. Depois, à meia-noite, é exibido “The Limits of Control”, o novo filme de Jim Jarmusch, autor de “Coffee and Cigarettes” (2003) e “Broken Flowers” (2005).

Os preços do Festival

A organização avança em comunicado que está disponível um “free pass” que garante o acesso a todas as sessões do festival, filmes concerto e festas e ainda a oferta do catálogo oficial. Este passe custa 30 euros e poderá ser adquirido através do site oficial do evento. O bilhetes para sessões de cinema custam três euros e oferecem uma redução de 20% para utilizadores de Cartão Jovem ou Cartão de Estudante. Os preços variam entre os três e os 12,5 euros para os filmes concerto e performances.

Em comunicado, a organização explica que este ano o festival trará uma programação [em PDF] “dinâmica que privilegia a diversidade de abordagens” e aproveita “outras linguagens artísticas como as artes plásticas, vídeo-arte ou a música.”

Dário Oliveira explica que a programação foi pensada para um “público mais amplo e variado”, daí a criação da secção “Curtinhas”, um “festival dentro do festival” para os mais novos e que conta ainda com um Atelier que “funcionará como uma espécie de creche”, esclarece.

Outra novidade é a competição Remixed, dedicada a filmes experimentais e que, de acordo com o comunicado da organização, é a “conclusão de uma ideia iniciada em 2006 em volta das linguagens mais arrojadas esteticamente”.

Recorde de participações portuguesas

Esta edição marca um “recorde de participações portuguesas”, destaca Dário Oliveira. A par das 39 curtas-metragens nacionais, estarão em competição filmes oriundos de 42 países. “Mas, acima de tudo, há uma grande aposta em filmes europeus”, conclui o responsável.

As Curtas de Vila do Conde também convidam à discussão. A 10 de Julho realiza-se o debate “Estado Crítico”, uma sessão que vai contar com a presença de seis críticos internacionais, que vão proporcionar um “momento de reflexão” acerca da “crise actual na crítica”, pondo lado a lado o caso espanhol e o português.

Questionado sobre este assunto, Dário Oliveira diz que Portugal “quase não tem revistas de cinema”, apesar de considerar que existem “bons críticos que escrevem em revistas generalistas, jornais semanais ou diários”.