O “Grande Porto” já está nas bancas. O jornal, dirigido por Manuel Queiroz, antigo jornalista do Público e do Correio da Manhã, é o primeiro semanário da cidade e apoia, assumidamente, a regionalização.

Com uma equipa de doze jornalistas, que partilham a redacção com o corpo redactorial do jornal “i”, o “Grande Porto” encontra-se sediado também na Praça Coronel Pacheco.

Em entrevista ao JPN por e-mail, Manuel Queiroz diz ter “as melhores” expectativas quanto à aceitação do semanário por parte do público. Segundo o jornalista, “o espaço estava vazio” no que diz respeito a um semanário portuense, pelo que encara este projecto como “uma oportunidade, por um lado, e um desafio” porque não existe nenhum “termo de comparação”.

A ausência de um jornal semanal que representasse o grande Porto deveu-se, segundo Manuel Queiroz, à “dificuldade de ter um conceito que interessasse às pessoas e ao mercado”. O jornalista acredita, no entanto, que o “Grande Porto” conseguirá reunir interesse, pois “aposta na defesa da Regionalização” e num “mix de notícias locais e nacionais”.

Tendo a regionalização como bandeira, Manuel Queiroz diz que o semanário tem por objectivo “sistematizar a informação sobre a regionalização”, porque, salienta, “ninguém o faz”. “Queremos debater, perceber bem o caminho que a Regionalização pode ter e também as diversas formas institucionais”, afirma.

Num momento particularmente delicado para os jornais impressos, há quem se interrogue se esta é a melhor altura para lançar novos produtos. Manuel Queiroz responde que “os jornais continuam a ser veículos indispensáveis” e que “a informação de proximidade continua a ter um mercado forte”, pois “muitas vezes é mais fácil saber o que se passa no Irão do que o que se passa em Ermesinde, Guimarães ou até mesmo no Porto”.

“O excesso de informação disponível já é um problema para muitas pessoas e por isso é necessário quem medeie entre essa nebulosa e aquilo que é realmente importante”, entende.

Pertença da Sojormedia, na qual também se integra o jornal “i”, o semanário promete dar voz à região Norte. A tiragem inicial será de 15 a 30 mil exemplares, distribuídos essencialmente pela zona Norte do país mas, também, por alguns pontos em Lisboa. A médio prazo, o grupo pretende vender cerca de 10 mil exemplares todas as semanas.