A pandemia de gripe A que afecta a população a nível global está a causar preocupação à Universidade do Porto (UP), à medida que se aproxima a data do regresso à actividade escolar e académica.
Desse modo, a UP desenvolveu um sítio na Internet, onde explica as características e sintomas da gripe A e apresenta as medidas de prevenção da mesma. É também aí que está explicado o plano de contingência que a universidade elaborou há 3 anos, seguindo uma recomendação do Ministério da Saúde, que à data pensava apenas em medidas de prevenção para uma hipotética pandemia da gripe sazonal.
Quase 3000 pessoas infectadas
Até à data, 2879 pessoas foram diagnosticadas com gripe A, mas com a proximidade do Outono, altura em que o frio regressa e a gripe sazonal mais afecta a população, é estimado que o vírus H1N1 possa afectar 11% da mesma.
Carla Lopes, professora na Faculdade de Medicina e coordenadora do plano de contingência e das novas medidas para a pandemia que chegou, garante que a Universidade está “preparada” para qualquer cenário, mas o grau de preocupação é apenas “moderado”, “como deve ser”, afirma.
“Já conhecemos o tipo de vírus, a sua evolução, felizmente tem uma taxa de mortalidade muito baixa e a vacina vai estar disponível. As pessoas devem estar tranquilas”, apela a docente, admitindo que o “cenário pandémico chegou mais rápido do que o esperado”.
Quanto a medidas específicas, a equipa liderada por Carla Lopes apostou num “reforço grande de comunicação”. “Temos cartazes, formação… Há um reforço da imagem, para que as pessoas estejam atentas. E vamos ter em especial atenção os alunos que cheguem de novo”, afirma.
Ainda fazem parte do plano de prevenção da gripe A a participação da UP no portal online de monitorização Gripenet, bem como diagnósticos das instalações e do material “necessário para a prevenção” e inquéritos aos alunos, para que sejam conhecidos os seus modos de vida e hábitos. A formação estender-se á também aos funcionários de limpeza, de modo a que estes não se esqueçam de “pontos críticos habitualmente esquecidos”, como consta na página que a UP disponibiliza online.
Carla Lopes diz ainda que o objectivo é “a manutenção dos serviços da universidade”, pelo que a instituição está “preparada para substituir alguém que fique doente”. Um possível encerramento das instituições é uma possibilidade também salvaguardada, mas muito remota.
“O único problema é o rápido contágio”, afiança a docente, acrescentando que uma das coisas que pode acontecer é “um departamento inteiro deixar de funcionar”. “Mas estamos preparados”, repete.