Está anunciada a rentrée da Casa da Música (CdM) para os últimos quatro meses do ano. Serão mais de 50 concertos, entre os quais se vão destacar vários artistas brasileiros – João Bosco para o ciclo de Jazz (28 de Novembro), Gilberto Gil na World Music e uma forte presença de música brasileira na última sessão do ano do Clubbing – e a estreia do coro, a 4 de Outubro, que irá cantar “exclusivamente música portuguesa”, apesar de ser liderado pelo maestro britânico Paul Hillier. Uma garantia do director artístico da CdM, António Jorge Pacheco.

Até ao Natal, outros nomes internacionais conceituados visitam a Casa da Música. A Orquestra Nacional do Porto (ONP) traz à cidade “uma série notável de pianistas”. A dupla homenagem a Haydn, 200 anos após a sua morte, é outra das produções da ONP, tendo arrancado já a 4 de Setembro e concluindo-se hoje.

Também no teclado, mas no ciclo de piano, o destaque vai para Tania Achot (27 de Setembro) ou Paul Badura-Skoda (21 de Novembro), “um dos grandes pianistas austríacos”, segundo António Jorge Pacheco.

O regresso do Clubbing

É já a 18 de Setembro que vários espaços na CdM abrem para voltar a receber o Clubbing. The Rakes e Ebony Bones são os cabeças de cartaz da primeira noite, enquanto na segunda, a 3 de Outubro, actuam apenas senhoras. O destaque pertence às Au Revoir Simone e às The Slits.

No ciclo de jazz, o saxofonista inglês Evan Parker, símbolo do free jazz e o clarinetista gaulês Louis Sclavis (12 de Setembro) chamam a atenção. A portuguesa Maria João surge a 12 de Dezembro na companhia da Orquestra Jazz de Matosinhos, que ainda marca presença com os 3 Tenores a 4 de Outubro.

Mas o programa reservou duas surpresas – e nenhuma relacionada somente com a música. A 22 de Setembro estreia mundialmente “La Douce”, um conto de Dostoiévski adaptado a teatro musical pelo compositor português Emmanuel Nunes, autor da música – interpretada pelo Remix Ensemble – e do libreto. É, segundo o director artístico da CdM, “o grande projecto para este ano”.

Wagner em versão reduzida para 2011

Seguiu-se o anúncio da versão reduzida da tetralogia de Wagner, “O Anel do Nbelungo”, outra estreia mundial, a acontecer em Setembro de 2011. Trata-se de uma nova co-produção internacional, onde a Casa da Música tem como parceiros a Cité de La Musique e o Théâtre & Musique, ambos de Paris, e o Grand Théâtre du Luxembourg.

Dois britânicos, o compositor Jonathan Dove e o encenador Graham Vick são os autores desta versão da obra de Wagner, reduzida “em tempo e a nível instrumental, porque será interpretada pelo Remix”, realçou António Jorge Pacheco.