Sete anos depois do fim anunciado dos Ornatos Violeta, os elementos da banda portuense recordam com saudade as vivências em conjunto. Olhando para trás, Elísio Donas acredita que,”musicalmente e pessoalmente”, foram, “provavelmente, os melhores anos” da sua vida.
Ideia, aliás, partilhada por todos os membros do quinteto da Invicta. “Foi um período bem passado com os meus amigos, sobretudo nos primeiros anos em que começámos a tocar”, recorda Nuno Prata.
Por terem iniciado a banda quando ainda eram muito jovens, Kinorm relembra a magia dessa época, considerando que “os Ornatos fizeram parte de uma adolescência muito precoce”. Logo, “naturalmente, foram anos muito especiais”. Já Peixe graceja que o período só pode ser descrito com três palavras: “sangue, suor e lágrimas”.
O ex-vocalista dos Ornatos Violeta, Manel Cruz, finaliza resumindo a experiência a “uma bela amizade com banda sonora”.
Regresso “não faria sentido”
No entanto, a amizade não chega para os voltar a reunir em palco. Manel Cruz está consciente deste desejo de muitos fãs, mas afasta, para já, uma hipótese de reunião.
“Existe uma tentação ligada ao facto de isso ser, para algumas pessoas, realmente importante. Isso poderia ser suficiente, mas não é; embora me faça reflectir.” Apesar da saudade, a certeza permanece: “Não me restam dúvidas que quero é fazer coisas do presente.”
Já Elísio Donas pondera a hipótese de um último concerto: “Tenho saudades dos tempos engraçados e das vivências que partilhámos. Por mim daria o máximo para poder voltar a partilhar o palco com aqueles quatro malucos.”
Nuno Prata acrescenta que “era capaz de ser interessante”, mas, “dadas as vidas” de cada um dos músicos, a reunião “não faria sentido”. O baixista insiste que “faria mais sentido se as pessoas tivessem vontade de celebrar os Ornatos com os projectos em que agora estão envolvidos, porque é isso que os Ornatos são agora”.
Opinião semelhante tem Kinorm, que também entende que a banda não terminou com a separação dos membros. “Acho que os Ornatos estão aí. Todos eles estão envolvidos em projectos interessantes, o que é sinal que os Ornatos estão aí para as curvas”.
Apesar dos pedidos frequentes para uma eventual reunião, Peixe acredita que teria de ser um desejo da banda. “Teríamos que ser nós a querer isso, a achar que fazia sentido”. E acrescenta que o resultado podia desiludir. “Acho, sinceramente, que as pessoas que nos pedem isso seriam as primeiras a dizer: ‘eles não deviam ter feito isto, são uns vendidos.'”