O presidente do Sindicato dos Jornalistas entende que as razões pelas quais o país caiu na tabela “não são claras” e que o “ranking dos Repórteres Sem Fronteiras não valoriza aspectos que nós valorizamos, como as condições de trabalho e a precariedade”.

Em declarações ao JPN, Alfredo Maia considera, no entanto, que, segundo a “análise do sindicato relativamente às condições de liberdade de expressão”, a situação em Portugal “é negativa”.

Segundo a análise do Sindicato português, as condições de liberdade de expressão em Portugal são prejudicadas por circunstâncias como a “concentração de propriedade”, a “precariedade que atinge um grande número de profissionais” e o despedimento em massa de jornalistas ou, no que diz respeito ao jornalismo desportivo, as “restrições de acesso à informação impostas pelo Benfica e pelo Nacional da Madeira.”

Relativamente ao mediático caso do cancelamento do Jornal da Noite de sexta-feira do 4º canal, o presidente do sindicato considera que “a suspensão do jornal da TVI foi mais um caso”, mas que “isso é da responsabilidade da administração da TVI.”

Por outro lado, António Granado, jornalista do “Público”, aponta como principais razões para esta descida no ranking “a ilegalidade cometida na TVI”, que considerou o “fim de um espaço informativo por ordem de um administração contra o parecer de um direcção editorial”.

O jornalista dá como exemplo o “processo instaurado pelo primeiro-ministro ao colunista do Diário de Notícias”, João Miguel Tavares, para demonstrar os “ataques” cometidos em Portugal à liberdade de expressão.

No entanto, António Granado não considera que existem restrições “graves” à liberdade de imprensa, mas admite que “os jornalistas têm mais dificuldades em fazer o seu trabalho” e algumas “atitudes” mais censórias “prejudicam a imagem do país no que diz respeito à liberdade de imprensa e ao exercício do jornalismo.”