O Coliseu do Porto preencheu-se, no domingo, para ver o festival de tunas organizado pela Tuna de Engenharia da Universidade do Porto.

Num ano em que a organização decidiu vender ingressos para os lugares superiores da sala de espectáculos, as galerias encheram-se de estudantes vestidos de negro e dos respectivos caloiros, que protagonizaram os já habituais despiques entre faculdades.

No palco, tunas da Universidade do Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Lisboa procuravam uma vitória no prestigiado festival de tunas.

Vitória foi para o Sul

Mas, num festival maioritariamente portuense, a vitória coube a uma tuna… de Lisboa. O mais cobiçado prémio de todos, o prémio de “Melhor Tuna”, foi para a Estudantina Universitária de Lisboa, causando espanto por parte dos presentes.

Já a Tuna Académica do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (Hinoportuna) arrecadou o prémio de “Tuna mais Tuna” (atribuído pela tuna organizadora), devido à animada prestação da tuna castelense.

Quanto ao prémio de melhor pandeireta ficou no Porto, com a Tuna Académica da Faculdade de Economia (TAFEP) a levar um prémio que já não lhe é desconhecido de outros concursos. O melhor solista encontrou-se na Tuna da Universidade Católica Portuguesa (Porto) e o prémio de melhor porta-estandarte não escapou à tuna de Viana.

Organização satisfeita

“O Coliseu do Porto estava bastante acolhedor e com um aspecto fantástico devido aos poucos lugares vazios. A lotação superou os nossos receios e igualou as nossas expectativas”, disse, feliz, Filipe Reis, responsável pelo grupo organizador do PortusCalle2009.

O ambiente que se vivia no Coliseu também contagiou as tunas convidadas, que gabaram o “espírito espectacular” do evento. “Para nós o mais importante é sermos convidados pela TEUP. Sabemos que este é um espectáculo muito importante aqui no Porto e sentimo-nos lisonjeados por pertencer ao leque de convidados”, salienta o Magister da tuna lisboeta, João Dantas.

Mas, apesar do sucesso desta edição, a Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, organizadora do espectáculo, não garante, ainda, a realização da próxima edição. “A minha vontade é que a TEUP continue a organizar o PortusCalle frequentemente, porém é algo que, para já, não posso confirmar”, conclui Filipe Reis.

TUP deixa a desejar

O festival, que começou por volta das 21h00 e terminou às duas da manhã, foi marcado pelas apresentações das tunas, intercaladas pela presença dos convidados da Tuna Universitária do Porto (TUP), “madrinha” da Tuna organizadora, que reúne entre os estudantes uma legião de fãs. No entanto, a ausência de alguns temas marcantes do reportório do colectivo deixou a desejar.

Mas a maior surpresa da noite ocorreu com a actuação da TUNAFE, tuna feminina de Engenharia, com os seus padrinhos, a TEUP. Os últimos a actuar protagonizaram o momento alto da noite. Temas como “Cazardas”, que marcou o regresso de Filipe Reis (Manu) a porta-estandarte, e “Hoy” fizeram levantar o Coliseu do Porto.

E foi ao som do Hino de Engenharia, cantado em palco pela TEUP, na companhia de todos os outros participantes, que se encerrou mais uma edição do PortusCalle.