O embaixador de Israel em Portugal, Ehud Gol, esteve, esta segunda-feira à noite, no Palácio da Bolsa, onde falou do estado das relações com Portugal. Numa altura em que as relações comerciais e industriais entre os dois países são, nas palavras do embaixador, “muito limitadas”, o responsável considera ser necessário incentivá-las, especialmente nos sectores da alta tecnologia e da agricultura.

O também ex-director-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita para a Europa Ocidental sublinhou a importância da reactivação da linha aérea directa entre Portugal e Israel, fundamental para essa ampliação de relações entre os dois países.

“Talvez em 2010, com o melhoramento da situação económica mundial, seja mais fácil”, especulou Gol, em conversa com os jornalistas antes do jantar-debate organizado pela Associação Comercial do Porto, no Palácio da Bolsa.

A balança comercial entre os dois países movimenta, anualmente, 100 milhões de euros, segundo dados de um comunicado da Associação Comercial do Porto.

Muro da Cisjordânia é necessário

Gol diz acreditar que as tréguas com os países árabes são possíveis num futuro próximo. “Toda a história de Israel é feita de um grande optimismo. Sem optimismo não podemos fazer nada”, elucida.

No dia em que se comemorava o 20.º aniversário da queda do muro de Berlim, Gol falou na “barreira de protecção contra o terrorismo”, como lhe prefere chamar, em vez de Muro da Cisjordânia, que separa Israel e a Palestina.

Para o embaixador, essa divisão é necessária para garantir a segurança dos israelitas. “Não temos mortos neste momento”, argumenta. “Quando os grupos radicais palestinianos perceberem que o melhor é entrar numa situação pacífica connosco, podemos destruir a barreira em dois minutos”, explica o embaixador.