Tiago Azevedo Fernandes, criador do blogue “A Baixa do Porto”, esteve presente no edifício de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto para dar uma conferência sobre o fenómeno em que se tornou o seu blogue na esfera online portuense e sobre a influência dos Novos Media.

TAF, como é conhecido no mundo da blogosfera, considera que “A Baixa do Porto”, criado há cinco anos, responde a uma “necessidade de comunicação” e que ele apenas representa “o papel de um galerista numa galeria de arte”, pois são os participantes que decidem o tema que querem debater. “É um ponto de encontro de pessoas, um espaço público, um jornal de parede”, explica.

No entanto, Tiago Azevedo Fernandes faz questão de mencionar que “o blogue não tenta ser um concorrente dos media tradicionais”. “Há um acordo tácito de colaboração com eles”, refere, acrescentando que “A Baixa do Porto” chega mesmo a influenciar as temáticas debatidas pelos jornais.

Mas a crescente atenção prestada ao blogue não vem só dos jornais. Também na Câmara do Porto, reconhece Tiago Azevedo Fernandes, o blogue é já elevado à categoria de instituição pelo impacto que tem na vida da cidade e na tomada de decisões. “Os decisores ouvem-nos porque têm necessidade de ideias. Eles próprios participam”, salienta.

Blogues são responsáveis pelo “desentravar da comunicação”

No que diz respeito aos Novos Media, Tiago Azevedo Fernandes acredita que são vantajosos, pois permitem “uma densidade de comunicação muito maior”. “As pessoas percebem que existem outras a pensar no mesmo assunto. É um desentravar da comunicação”, acrescenta.

Não deixa, no entanto, de referir que “o estatuto que a pessoa atinge e o tempo de antena que se consegue nestes meios novos” é “proporcional às presenças nos media mais tradicionais”. Mesmo assim, “o facto de tanta gente estar a participar num único sítio” permite que “a voz de todos seja muito mais ouvida do que se cada uma o estivesse a fazer separadamente”.

Já no que se refere ao serviço de microblogging, o Twitter, de que é adepto, Tiago Azevedo Fernandes acredita que este “veio eliminar completamente a desvantagem de se estar longe dos centros do poder”. No entanto, arrisca-se a dizer que “as pessoas conversam mais entre si no Twitter do que pessoalmente.”