O Cineclube do Porto pode estar mais perto de transpor a inércia em que se vê mergulhado há já alguns anos. Um grupo de ex-sócios, antigos directores e cinéfilos portuenses quer, em conjunto com a actual direcção, encontrar um novo caminho para o mais antigo cineclube do país.

Para já, o primeiro passo foi dado com a convocatória de uma reunião para a próxima terça-feira, que se destinará a fazer um balanço da actividade da associação e a preparar novas eleições.

“De preferência haverá uma nova direcção”, confirma, ao JPN, Brígida Velhote, actual directora. “Estas pessoas estão, de facto, interessados em envolver-se e a ajudar a própria direcção a tomar um novo rumo, a fazer modificações, a modernizar o Cineclube.”

O caminho passa por mostrar o Cineclube ao exterior. Até porque, salienta Brígida, o Cineclube sempre esteve aberto. “Há é menos actividades. As coisas têm de ser reformuladas”. Começando por aumentar o número de sócios, promover o serviço educativo e incentivar sessões de cinema. Também os estatutos da associação terão de ser alterados.

Um novo movimento e uma petição

Recentemente foram lançados um manifesto e uma petição pelo Movimento pelo Cineclube do Porto com o objectivo de “restaurar e dinamizar” a entidade. Um acto que gerou alguma polémica na blogosfera, nomeadamente no blogue “A Baixa do Porto“, que foi palco de uma troca de comentários entre o Movimento e Brígida Velhote, entre outros.

Em resposta ao manifesto, Brígida Velhote garante que o património do Cineclube está bem conservado. “Por isso é que nunca se deixou de pagar rendas. O espólio está bem guardado no Cineclube.”

Isto apesar de o edifício não apresentar as melhores condições. “Estamos num edifício com 300 anos com problemas a vários níveis”, confirma Brígida. Por isso, um dos próximos objectivos passa, obrigatoriamente, por conseguir uma nova sede. “Pedimos uma vistoria de salubridade que foi promulgada só este ano. Pode ser que signifique um avanço para obras pelos senhorios. Mas precisamos mesmo de uma sede nova.”

A petição conta agora com mais de 600 assinaturas. Em declarações ao JPN, Manuel Pintão, do Movimento pelo Cineclube do Porto, afirma que só foi criado um movimento depois de “terem sido esgotados todos os contactos” para falar com a direcção.

O Movimento vai, agora, marcar uma reunião magna, em que vai apresentar os seus principais objectivos. Um convite que também foi feito à direcção do Cineclube. “Claro que vamos estar presentes”, garante Brígida.

“Aproveitar equipamentos da cidade para fazer sessões de cinema” e “encontrar uma nova sede” são alguns objectivos do Movimento. Certo é que nenhum dos elementos é, actualmente, sócio do Cineclube do Porto, pelo que, para já, não poderão concorrer às eleições.

Manuel Pintão coloca a hipótese de formar uma lista, caso seja possível e legal, “depois de conhecer o estado do Cineclube” e “se houver condições”.