A opinião é mais ou menos unânime: não foi um sorteio muito favorável para Portugal. A Coreia do Norte não apresenta grandes argumentos, mas Brasil e Costa do Marfim são selecções de peso a nível mundial. Se os homens de Queiroz já vão ter de suar para conseguir derrubar a defesa norte-coreana, as atenções ainda vão ser redobradas frente às estrelas do Brasil e da Costa do Marfim. Conheça melhor estas três selecções, que vão estar na mira dos portugueses até Junho.
Brasil: os eternos candidatos
Ranking FIFA: 2
A selecção canarinha dispensa grandes apresentações. Com cinco Taças do Mundo na bagagem, os brasileiros chegam à África do Sul com estatuto de candidatos à vitória final. Dunga começou mal a sua carreira como seleccionador, mas fez as pazes com o público com a vitória na Taça das Confederações, no Verão passado. Nomes como Kaká ou Robinho intimidam qualquer equipa.
Nas últimas convocatórias, Dunga tem optado por chamar alguns jogadores de segunda linha, como Michel Bastos (Lyon) ou Alex (Spartak Moscovo), bem como vários atletas que actuam no Brasileirão. No entanto, o mais certo é que Dunga seja bem mais conservador na hora de fazer a convocatória para o Campeonato do Mundo e não fuja aos grandes nomes. O leque de opções é muito vasto, com excelentes soluções para praticamente todas posições. Certamente a selecção mais complicada deste Grupo G.
Coreia do Norte: a incógnita
Ranking FIFA: 84
Ninguém sabe o que esperar da Coreia do Norte. Surpreenderam a Ásia ao conseguir um dos lugares de acesso para o Mundial, à custa da Arábia Saudita e do Irão. A selecção orientada por Kim Jong-Hun faz da sua capacidade de luta a principal arma: os norte-coreanos não são muito dotados tecnicamente, mas o seu índice de trabalho dentro de campo é muito elevado.
A Chollima (alcunha da selecção) é muito disciplinada e organizada defensivamente e o colectivo sobrepõe-se aos grandes lances individuais. Portugal conhece bem a garra que marca a selecção asiática, já que, em 1966, Eusébio e companhia tiveram de fazer uma exibição histórica para ultrapassar os coreanos. O resultado acabou em 5-3, num dos jogos mais épicos da história do futebol luso.
A maior parte dos jogadores da selecção da Coreia do Norte são completos desconhecidos, pois actuam na misteriosa Liga da Coreia do Norte. As informações em relação ao campeonato local são tão escassas que nem a lista de campeões dos últimos anos é totalmente conhecida.
Das últimas convocatórias, destacam-se três nomes: Ahn Young-Hak (Suwon), Jong Tae-Se (Kawasaki) e Jong Yong-Jo (Rostov). Desconhecidos na Europa, mas relativamente temidos no futebol asiático, os três jogadores terão de estar sob vigilância atenta. Os norte-coreanos são, teoricamente, a equipa mais fraca do grupo (e da competição) e Portugal pode perfeitamente repetir a vitória de 1966.
Costa do Marfim: a potência africana
Ranking FIFA: 16
Nos últimos anos, a Costa do Marfim tornou-se na principal potência do futebol africano. Depois de uma honrosa presença no Mundial 2006, os Elefantes viajam até ao sul de África com objectivo de seguir em frente na competição. E engane-se quem acha que Portugal pode vencer a Costa do Marfim com facilidade. Com Vahid Halilhodzic no banco, os marfinenses aliam o perfume do futebol livre do continente africano, com o rigor táctico e defensivo das selecções europeias.
De resto, basta olhar para o onze inicial da Costa do Marfim para verificar que a grande maioria dos jogadores desta selecção actua nos melhores clubes do Velho Continente.
Drogba é a grande referência. Mas há muitos outros que podem fazer sofrer (e muito) a Selecção Nacional. Na defesa, Eboué (Arsenal), Boka (Estugarda) ou Touré (Man City) prometem dar muita luta aos avançados portugueses. O meio-campo é de luxo, liderado por Zokora (Sevilha) e Yaya Touré (Barcelona). No ataque, o inevitável Drogba (Chelsea) é acompanhado por nomes como Dindane (Portsmouth), Kalou (Chelsea) ou Koné (Sevilha).
Em suma, jogadores de grande classe, que actuam em excelentes equipas dos principais campeonatos europeus. Aos Elefantes só falta um guarda-redes de topo e alguma profundidade no lote de convocados.