João Fernando Ramos, jornalista, pivot e coordenador de informação da RTP Porto, não dá nada por garantido e decidiu voltar a estudar. O apresentador do “Jornal da Tarde” da RTP diz que é preciso estar à altura dos desafios que aparecem no dia-a-dia, principalmente num meio como o jornalismo, em que diariamente surgem “novos desafios, novas técnicas, um grande avanço nas tecnologias de informação”. Não acompanhar esta evolução, diz o jornalista, significa estar a ficar analfabeto e os “analfabetos não trabalham na Comunicação Social”.

Encarando a formação académica como um aspecto essencial na vida, João Fernando Ramos decidiu ingressar no Ensino Superior quando sentiu que estava a ficar para trás. “O meu filho conseguia fazer um site rapidamente ou trabalhar num blogue, e eu não fazia a mínima ideia do que era aquilo”, afirma. Neste momento, a concluir o curso de Novas Tecnologias da Comunicação Social na Universidade de Aveiro, diz já conseguir fazer parte do que o filho faz “sem problema nenhum”.

O pivot da RTP considera ser muito importante estar sempre a aprender e que essa é a chave para o sucesso. “Nada se faz sem esforço. Se não batalharmos para conseguir um determinado objectivo, não conseguimos. Ou somos bons a fazer aquilo, ou nunca chegamos lá”, conclui. Um ideal de vida que procura sempre passar aos seus dois filhos. “Eu insisto muito com eles para estudarem e para nunca perder de vista que somos seres que estão sempre a aprender”, diz. Até porque “não há pessoas completamente ensinadas”.

A experiência como repórter de guerra no Iraque

João Fernando Ramos foi enviado especial da RTP no Iraque, experiência que descreve como “muito boa”. Sobre os iraquianos, o jornalista diz que “muita gente no Ocidente não tem uma ideia clara daquele povo” e que “foi uma agradável surpresa perceber que eles são parecidos connosco e perceber até os motivos que os levam a resistir e a não aceitar muito bem a ocupação americana”.

O pivot da RTP admite ter sido importante para a sua cultura geral ter estado no Iraque, e demonstra compreensão pelo povo iraquiano. “Eu perguntava a vários colegas: se, de um dia para outro, Portugal entrasse em guerra e se nós tivéssemos a nossa casa ocupada, ficássemos sem emprego e viesse um país qualquer estacionar um tanque enorme no nosso quintal, o que é que nós faríamos todos os dias de manhã?”, partilha. “No mínimo atirávamos uma pedra ao tanque e tentávamos chatear o “americano”. E é isso que muitos iraquianos fazem”, explica.

Em cenário de guerra ou a apresentar o Telejornal, João Fernando Ramos considera-se essencialmente um homem bem sucedido. “Se sou alguém que consegue pagar as contas ao fim do mês, ter tempo para sorrir, ter uma boa família e ter amigos, serei bem sucedido”.