Em Outubro deste ano, foi aprovada uma portaria que define a proibição da compra pelos circos de animais como macacos, tigres e leões e que impede a reprodução dos já adquiridos. Na lista de locais onde estas espécies, consideradas perigosas, são permitidas contam-se os zoológicos, empresas de produção animal autorizadas e centros de recuperação de espécies apreendidas, sendo o circo um dos locais proibidos.
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A proibição abrange todas as espécies de primatas, de ursos, de felinos, otárias, focas, avestruzes, tartarugas, hipopótamos, serpentes, pinguins ou crocodilos.
O Ministério do Ambiente justifica a aprovação desta nova lei como essencial para a conservação dessas espécies, através do seu bem-estar e saúde, assim como para a segurança dos cidadãos. Em Portugal, os detentores de espécimes vivos são agora obrigados a registar os seus animais no Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).
São “artistas de quatro patas”
Rui Mariani, empresário detentor do Circo Mundial, possui cerca de seis espécies animais. O lado selvagem foi há muito esquecido. Rui Mariani trata todos como “companheiros de trabalho”, “artistas de quatro patas”.
Quando se refere à nova lei assume um tom de grande revolta. Acredita que os animais ainda são a principal atracção do circo e que a proibição dos mesmos nos espectáculos levará a uma diminuição do público. “Se eu tiver animais ainda consigo vender. Se eu não tiver, as pessoas vão à procura de circos que têm. Portanto, é evidente que as pessoas querem que existam circos com animais”, desabafa Mariani.
Animais “estão bem tratados”
No seu espectáculo, inclui alguns números de animais amestrados, o que faz com que esteja também sujeito às críticas dos activistas. Nesse campo, o domador de tigres do Circo Mundial mostra-se espantado com a continuidade das manifestações contra os animais em circo.
As principais acusações de maus tratos parecem não assustar Rui Mariani. Afirma, com toda a certeza, que “os animais estão bem tratados e com boas condições de vida” e faz um apelo a toda a comunidade: “Quem tem conhecimento de maus tratos a animais deve denunciar.”