Em dia de 30.º aniversário, esqueceram-se as amarguras. O Fantasporto arrancou, oficialmente, esta sexta-feira, com muitas palavras emocionadas e algumas promessas.

Enquanto Beatriz Pacheco Pereira, uma das directoras do festival, relembrava o “futuro incerto” das próximas edições do festival, e também Mário Dorminsky apelava ao “Governo e às autarquias” para apostarem no “Fantas”, um investimento “seguro e com retorno”, e agradecia à cidade do Porto o apoio, a Ministra da Cultura subiu ao palco para serenar corações.

“Se algum problema houver com o Rivoli e o Fantasporto”, disse Gabriela Canavilhas, o “Fantas” terá “casa” certa na futura Cinemateca do Porto. ´´

Fim-de-semana Fantasporto:

No primeiro fim-de-semana do festival, o grande destaque vai para “Thirst”, de Park Chan-Wook, realizador de “Old Boy”, às 23h15 de sábado. O Grande Auditório recebe ainda, no mesmo dia, “La Horde”, de Yannick Dahan e Benjamin Rochér. No domingo, são exibidos, entre outros, “Air Doll”, de Kore-eda Hirokazu, às 21h15, e “Dolan’s Cadillac”, de Jeff Beasley, às 23h30. Este sábado, o Pequeno Auditório alberga alguns filmes da retrospectiva do cinema francês, das 15h15 às 23h00. Sábado, para além do cinema francês, são projectados alguns filmes de Galvão Teles, como “Retrato de Família”, às 15h15, e “Dot.Com”, às 21h00.

Robots sem bateria e “Thriller”

Apesar do início da festa estar marcado para as 19h45, os espectadores só começaram a aparecer depois das 20h00. Os responsáveis pelo festival, Mário Dorminsky, Beatriz Pacheco Pereira e António Reis, iam recebendo os convidados no átrio do Teatro Rivoli, entre os quais a própria Ministra da Cultura e a Governadora Civil do Porto, Isabel Santo.

Também a receber os amantes do cinema fantástico estavam as equipas do Instituto Superior Técnico e da Universidade de Aveiro, com os projectos i-Cub e Cambada Equipa de Futebol Robótico, respectivamente. As demonstrações realizaram-se no âmbito da aposta da organização do festival na robótica.

Inesperadamente, um lobisomem surge no meio da multidão ao som de “Thriller”, de Michael Jackson, bem dentro do espírito do festival. A este foram-se juntando outros bailarinos, numa actuação que pretendia conduzir os espectadores ao interior do Grande Auditório.

Distinções numa noite de festa

Com a primeira sessão de “Solomon Kane” esgotada desde as 18h00, a sala esteve repleta para celebrar os 30 anos de Fantasporto. Beatriz Pacheco Pereira inaugurou a sessão de abertura com um discurso comovido de agradecimento. A solenidade do momento foi quebrada pela queda no palco de um dos robots em exposição, cuja bateria acabara, resultando numa gargalhada que percorreu toda a audiência.

Ainda antes da exibição do grande filme da noite, foram distinguidas algumas personalidades de diferentes áreas, que participam nesta edição do Fantas. Entre os premiados estavam Peter Corke e Anibal Ollero, na área da robótica, e David Marti e Collin Arthur, na área dos efeitos especiais. Na área do cinema, o produtor Samuel Hadida e o realizador Michael J. Basset subiram ao palco para receber os prémios, antecedendo a projecção do seu filme.

“Solomon Kane” recupera a personagem de Robert E. Howard, um mercenário britânico da rainha Elizabeth I, que descobre que a sua alma está condenada. Para se redimir, renuncia à violência até ser testado pelas forças do feiticeiro Malachi, iniciando uma aventura em busca da salvação da sua alma.

O Fantasporto continua até 6 de Março, com o início da 20.ª semana dos realizadores, com uma retrospectiva do trabalho de Luís Galvão Teles, uma homenagem ao cinema francês e, ainda, com a exibição de alguns filme do cinema oriental, na secção “Orient Express”.