O confronto de quarta-feira pode significar muito mais que um simples encontro de preparação. A cerca de três meses do início do Mundial da África do Sul e a dois meses da divulgação da lista de convocados, o Portugal-China, que se realiza, esta quarta-feira, em Coimbra, às 20h45, o pode já dar algumas luzes quanto às principais escolhas de Queiroz.

Com um adversário asiático na fase de grupos do Mundial, a Coreia da Norte, a escolha da China serve de tubo de ensaio para a competição. Numa altura de decisões para a “equipa das quinas” o antigo seleccionar nacional Humberto Coelho e o antigo internacional António Sousa contam, ao JPN, qual será o estado de alma da selecção.

“Ver jogadores” e “testar alternativas”

Após ter convocado 42 jogadores durante este período, Queiroz terá agora que apresentar uma lista de 23 jogadores para o Mundial e as dúvidas relativamente a certas posições são muitas. A lista para a China poderá ser um forte indicador dos que vão ser chamados. Tanto Humberto Coelho, como António Sousa concordam, neste caso, com as opções do seleccionador, mas não concretizam quais seriam as suas escolhas.

“É muito subjectivo dizer que um [jogador] é melhor que outro”, justifica António Sousa; já Humberto Coelho passa a bola para o seleccionador nacional, que “está mais por dentro dos processos”.

Os jogos de preparação servem sempre para fazer experiências e testar determinados mecanismos, mas são também importantes para começar a consolidar um sistema de jogo. Humberto Coelho afirma “que o jogo será fundalmente para ver jogadores e testar alternativas”, mas também “para começar a consolidar rotinas”. “Ver as diferentes opções” e “construir” uma equipa é o conselho de António Sousa.

“Ainda falta muito para concluir a época”

A importância deste jogo para a lista final é ponto de discórdia entre ambos os comentadores. António Sousa considera que, “apesar de o seleccionador já ter mais ou menos em mente os 23 escolhidos para o Mundial, este jogo será sempre essencial para definir certas escolhas”. Já Humberto Coelho tem a opinião que, mesmo sendo um jogo “importante”, haverá muito para decidir porque “ainda falta muito para concluir a época”.

A escolha da China para a preparação não foi “inocente” e terá muito a ver com a partida com a Coreia do Norte. Humberto Coelho acha que naturalmente “terá sido essa a ideia da Federação” mas insere o jogo num âmbito mais global de preparação da “selecção para todo o Mundial”. Por outro lado, António Sousa concorda com a escolha deste adversário para “observar e visar a qualidade de jogo da China, tendo como objectivo preparar o desafio com a Coreia”.