O primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreou, anunciou, esta quarta-feira, depois de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, um terceiro plano de políticas com vista a combater o défice. Uma iniciativa que foi bem acolhida pela Comissão Europeia (CE).

“A Comissão felicita-se pelo anúncio”, reagiu o presidente Durão Barroso. Segundo a AFP, o português considera que os cortes salariais no sector público e a subida de impostos do executivo de Atenas confirmam “o compromisso do Governo grego com as medidas necessárias” para tirar o país da crise.

Do rol de medidas apresentadas, que, segundo a televisão pública grega “NET”, permitem ao Estado poupar 4,8 mil milhões de euros, destacam-se o aumento do IVA de 19 para 21%, o congelamento das pensões de reforma, as reduções dos subsídios dos funcionários públicos e o aumento da idade de jubilação.

Vigilância da UE:

As decisões do governo socialista grego perspectivam baixar o défice em quatro pontos percentuais, de 12,7, o valor mais alto dos 27, para 8,7 por cento, até finais de 2010. É de relembrar que o Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia (PEC) fixa um limite máximo de três por cento para o défice orçamental, com vista a combater possíveis tendências inflacionistas, a harmonizar as contas públicas dos países da zona euro e a preservar a estabilidade da moeda única.

Depois de prometida a ajuda da Alemanha ao governo de Atenas, através da aquisição de dívida estatal pelo grupo germânico KfW Bankengruppe, e da sucessão de avisos da União Europeia (UE), Papandreou viu-se assim obrigado a agir no panorama interno. No entanto, ao que apurou a agência ANA, o primeiro-ministro grego não descarta a hipótese de vir a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) se a UE não apoiar financeiramente o país.

De acordo com a agência Lusa, também o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, aprovou as políticas do executivo grego, depois de, segunda-feira ter defendido, em conferência de imprensa, que a Grécia deveria tomar medidas imediatas para combater o saldo negativo das contas públicas. “Os contribuintes alemães, belgas e luxemburgueses não estão preparados para pagar pelos erros da política orçamental de Atenas.”