Lourdes Castro não se inquieta com a carreira, nem tão pouco com a adesão do público à exposição “À luz da Sombra”, que é inaugurada, sexta-feira, no Museu de Serralves, e que decorre até 13 de Junho. A artista tem, porém, uma vontade: “O meu desejo mais íntimo é que se olhe com mais atenção as sombras e para o que está dentro de nós.”

A artista madeirense que, a par do seu companheiro de sempre, Manuel Zimbro, inaugura a primeira exposição do ano no Museu de Serralves, regressa, novamente, à instituição.

Apesar de ter um bom reconhecimento internacional, não é uma presença assídua em Portugal.
Afinal, diz, “é bom ser livre, não estar agarrado às coisas. Respirar é o que é o mais importante”.

Para João Fernandes, comissário da exposição e director do museu, a exposição das obras de Lourdes Castro é “uma ocasião fantástica”. “Reunimos uma grande parte das suas obras muitas delas apresentadas em Portugal pela primeira vez. Para além do mais, a exposição acrescenta a interligação da artista com Manuel Zimbro.”

Primeira exposição de Lourdes Castro e Manuel Zimbro

Esta é a primeira exposição que reúne trabalhos de Lourdes Castro e Manuel Zimbro, companheiros na vida artística e pessoal durante décadas. A “História Secreta da Aviação” dá a conhecer a tendência de Manuel Zimbro para explorar a representação de pequenas sementes.

A exposição começa por mostrar objectos que Lourdes Castro coleccionou em caixas, durante a década de 60. Seguidamente, são apresentadas sombras, representadas em serigrafia, um conjunto de silhuetas bordadas em grandes panos brancos.

O trabalho com as sombras continua com a exposição de contornos projectados tanto em tela como em acrílico, recortado à mão. A mostra dá a conhecer, também, um ervanário de sombras de plantas da Madeira, através de uma projecção ideográfica, assim como pequenas partes do teatro de sombras que Lourdes Castro realizou.