Depois de conseguir o apuramento para a fase final do Mundial de 2010, a Selecção Nacional prepara-se para a derradeira batalha. No jogo de preparação de quarta-feira em Coimbra, Portugal venceu a China por duas bolas sem resposta. Hugo Almeida e Liedson foram os marcadores portugueses, num jogo sem o brilho da equipa da quinas que abandonou o relvado debaixo de um coro de assobios.

Apesar da vitória, a Selecção Nacional não convenceu mas, para o comentador desportivo António Tadeia, não houve surpresas: “Aconteceu aquilo que era normal e que se esperava que acontecesse.” Em declarações ao JPN, Tadeia alega que o facto de não ter sido um “amigável de prestígio” fez com que a equipa tenha perdido o espírito competitivo.

Tratando-se de outra selecção, “como o Brasil, a Espanha, a França ou Inglaterra”, o jogo teria tido outro impacto. A juntar a isso, outras competições importantes ocuparam a mente da equipa: “Aqueles jogadores estão envolvidos em competições, em que estão a chegar à fase final – a Liga dos Campeões, a Liga Europa, as Ligas nacionais.”

Portugal-China “valeu para a equipa trabalhar”

O comentador acredita, assim, que “não se devem tirar ilações relativamente ao rendimento da equipa”, uma vez que o jogo não demonstrou o verdadeiro potencial português mas que pode ter contribuído para decepcionar os adeptos. “Pode gerar-se uma má vontade do público para com a equipa”, realça António Tadeia, preferindo sublinhar o real propósito do encontro. “O jogo valeu mais para a equipa estar junta e para a equipa trabalhar.”

Questionado, ainda, sobre as esperanças que os portugueses podem ter na selecção, António Tadeia não duvida que Cristiano Ronaldo será a chave para o sucesso. “É uma equipa que depende do Ronaldo, se tivermos o Ronaldo ao mais alto nível é uma equipa que pode chegar longe”, sublinha o comentador. No entanto, também é preciso “a equipa compreender o papel do Ronaldo” para a sintonia perfeita.

O Mundial da África do Sul está quase à porta e António Tadeia acredita que já quase tudo está definido. “Há 17 ou 18 jogadores que têm o lugar garantido e depois há uns dez jogadores a batalhar por cinco ou seis vagas que restam”. As surpresas não devem ser muitas, mas, a acontecer, passam por “aqueles jogadores que foram chamados agora aos sub-23” ou pela convocatório de Miguel Veloso, Quim ou Nuno Gomes.