O designer gráfico tem de “encontrar inspiração em tudo e olhar para tudo”. Deve “entrar noutras áreas” e pensar em “cooperação”. Afinal, “amanhã não haverá lugar para não se trabalhar em equipa”. “Façam pensamento e não coisas.”

Foram estas algumas das máximas proferidas pelo sueco Bo Bergström, especialista mundial em comunicação visual, que esteve, esta sexta-feira, na Escola Superior de Artes e Design (ESAD), para uma conferência intitulada: “The designer left the car and started the helicopter”.

Não obstante o humor do título da sessão, a metáfora sugere as várias inspirações que Bergström aconselha o designer e qualquer profissional a ter, nomeadamente no que toca à abertura das mentalidades.

O teórico aconselha, por isso, os mais jovens a “discutir mais” e, acima de tudo, a “não ter medo”. “Open up your personality”, apelou. Uma mentalidade aberta, pré-disposição para aprender e curiosidade, são os requisitos para o equilíbrio entre o pragmatismo e criatividade, segundo o autor.

“Portugueses têm de mostrar mais o seu trabalho”

Sem esquecer o papel do jornalismo, Bergström aponta os media sociais como os responsáveis pelos grandes actores de mudanças futuras. Acrescenta, ainda, que “o jornalista deve incorporar os media sociais todos”. O sueco chama a atenção para “três factores fundamentais” para a mudança do panorama e da interpretação do que nos rodeia ao longo da história: “tempo”, “sítio” e “media”, sendo o contexto (interno e externo) apontado como o maior responsável por todas as mudanças desde sempre.

Quando questionado acerca da situação actual do design português, o professor universitário admite que não está a par do panorama nacional. Sugere, por isso, aos portugueses que mostrem mais o seu trabalho, “para melhorarem a imagem que, infelizmente, não é das melhores”. “Toda a gente do país precisa de trabalhar para isso”.

O comissário da iniciativa, Emanuel Barbosa, confessou ao JPN a importância da presença do convidado, “uma referência incontornável no mundo do Design e Comunicação Visual”, que, “com um CV invejável”, “já fez um pouco de tudo”.