O historiador norte-americano William Chafe, mais conhecido no meio como Bill Chafe, iniciou um círculo de conferências políticas em solo português. Intitulada “Barack Obama: Personality and Politics in Modern America”, a conferência portuense ocorreu na segunda-feira no curso de Ciências da Comunicação, situado na Praça Coronel Pacheco. Durante a intervenção, o historiador falou sobre a história recente da política nos Estados Unidos da América e o presidente Barack Obama, eleito há pouco mais de um ano.

Bill Chafe considera que os EUA são um produto da 2.ª Guerra Mundial e que dela decorreram importantes transformações para a sociedade americana. Segundo o historiador, o “movimento pelos direitos civis”, a autorização e incentivo ao trabalho feminino são algumas das mudanças que ocorreram, a par de um período de “prosperidade” a vários níveis e o “surgimento da Guerra Fria”.

Fazendo uma retrospectiva, Chafe considera que Barack Obama é o presidente norte-americano mais “auspicioso, mais sofisticado, [aquele que] tem mais noção das diferenças, equilibrado e mais intelectual”. “Obama é um ser humano extraordinário”, define o historiador.

Apesar do passado de prosperidade do país, Obama “enfrenta os maiores desafios que alguma vez um presidente norte-americano enfrentou desde a guerra civil”, segundo o historiador.

Quando questionado sobre quando seria possível ver uma mulher no poder, Bill Chafe afirmou que apesar de ser a candidata mais óbvia, a campanha de Hillary Clinton foi “terrível” por um conjunto de factores e que foi Hillary que “perdeu a eleição, Obama não ganhou”.

Segundo o historiador, Obama enfrenta um “sistema em falência” e “questões que vão causar dificuldades e que não se resolvem a curto-prazo”. Chafe conclui também que se “Obama falha nos EUA, falha para o resto do Mundo”.