O alerta já foi dado e as autoridades hispânicas já se estão a tentar saber mais informações quanto ao paradeiro do capitão e da tripulação do barco matriculado com o nome de “Sakoba” que foi desviado ontem, terça-feira, por piratas somalis.

Pirataria marítima bateu recordes em 2009:

Um relatório expedido pelo Gabinete Internacional Marítimo (IMB), no mês de Dezembro do ano passado, indica que em 2009 dezenas de piratas somalis, que operavam através do Golfo de Áden, terão atacado 214 embarcações e feito 47 sequestros ao largo da Somália. Estes dados representam um aumento de 39% no número de assaltos relativamente ao ano anterior, o que representa um ganho de mais de 43 milhões de euros aos piratas. Mas, em Janeiro deste ano, segundo a agência AP, registou-se o maior resgate de sempre. Foram pagos cinco milhões e meio de dólares pela libertação do superpetroleiro grego Maran Centaurus.

O navio estava a cerca de 700 quilómetros da costa leste de Dar Es Salam, capital da Tanzânia, quando foi sequestrado, estando agora a marear para norte, em direcção a Haradere, na Somália.

Apesar da Força Naval Europeia (EU NAVFOR) ter afirmado, em comunicado, não possuir qualquer informação relativamente ao número ou à nacionalidade dos marinheiros do “Sakoba”, a edição online do jornal “El País” avança que a tripulação é constituída por 16 elementos, na sua maioria africanos, e capitaneada por um cidadão português naturalizado espanhol que reside na Galiza.

Segundo um especialista em pirataria, Andrew Mwangura, consultado pelo diário espanhol, a embarcação, que navegava com bandeira queniana, pode ter sido sequestrada para servir de barco de apoio a uma nova onda de ataques.

Depois de alguns meses de bonança nos mares do oceano Índico, os piratas voltaram a atacar. No passado fim-de-semana, no âmbito da operação ATALANTA, a Força Naval Europeia interceptou seis grupos de piratas e evitou cinco sequestros, capturando 40 indivíduos a apreendendo diverso material bélico e informático.