Após a reunião desta terça-feira entre a Junta Metropolitana do Porto e o Ministério das Obras Públicas, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, não se cansou de sublinhar a “discriminação” que é o adiamento da linha do TGV entre Lisboa-Porto e Porto-Vigo; em resposta, o Ministro das Obras Públicas tentou apaziguar os ânimos, sublinhando que a realização do projecto não está em causa.

Em declarações aos jornalistas, António Mendonça sublinhou que o adiamento se deveu aos problemas económicos que o país atravessa, que implicaram novas prioridades e reajustamentos.

Rui Rio vai mais longe ao afirmar não acreditar que o adiamento seja apenas de dois anos. “Já estávamos a ser enganados há muito tempo.” Na opinião do autarca, todas as obras públicas deveriam ser suspensas e não apenas a linha de alta velocidade Porto-Vigo. “O Norte está a ser fortemente discriminado.”

Criação da Autoridade Metropolitana dos Transportes

A privatização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro também foi causa de divergência nas conversações, assim como as portagens nas auto-estradas sem custo para os utilizadores (SCUT). Rui Rio mostra-se contra a existência de um monopólio a gerir todos os aeroportos e diz que se a ANA for privatizada, a concessão deveria ser distinta para Lisboa e Porto. Esta matéria foi considerada pelo presidente como a “mais relevante no desenvolvimento da região Norte”.

Apesar disso, Rui Rio destaca, da primeira reunião entre as duas entidades, a resolução de dois temas importantes para a cidade do Porto. A criação da Autoridade Metropolitana dos Transportes, que se prevê que nos próximos 60 dias comece a funcionar, é uma das “conquistas” do autarca. Outro importante desenvolvimento acontece com o lançamento, para breve, do concurso público para o alargamento do Metro do Porto.

Um novo encontro entre presidente da Câmara do Porto e o Ministro das Obras Públicas prevê-se para breve. No ar ficou a resolução de alguns problemas debatidos na primeira reunião que decorreu na Junta Metropolitana do Porto.