O Salão Árabe do Palácio da Bolsa foi o local escolhido para a homenagem prestada pela Associação Comercial do Porto (ACP) a Belmiro de Azevedo, que ontem, quinta-feira, quando comemorava 25 anos como sócio da instituição, se tornou no mais recente sócio honorário.

“Há mais de 20 anos que a Associação Comercial do Porto não escolhia um sócio honorário”, confessou, aos jornalistas, o presidente da ACP, Rui Moreira. Logo, acrescentou, a proposta de nomeação foi “recebida com entusiasmo e votada por unanimidade e por voto secreto pelos 15 directores da associação”.

Entre os oito princípios apresentados por Rui Moreira que justificam esta decisão, o presidente referiu que o patrão da Sonae “deu ao país um contributo ímpar na modernização e desenvolvimento do comércio”. Lembrou, desta forma, o carácter empreendedor do empresário, afirmando que “a Sonae é, pelas mãos de Belmiro de Azevedo, o maior ninho de empreendedorismo do país”.

Rui Moreira definiu ainda o líder da Sonae como sendo “um combatente pelos valores da iniciativa privada e um homem que tem lutado, tenazmente, pela liberdade dos empresários face ao poder político ao qual nunca se vergou”. “É um homem exemplar, incómodo e invulgar.”

Aos jornalistas, Belmiro de Azevedo confessou receber esta nomeação com “surpresa e orgulho”. Apesar de reconhecer que nem sempre participou como membro activo da associação devido à sua vida profissional, referiu que “conhece” as causas, dá “conselhos” quando é solicitado e até já participou “em projectos comuns”. “Aqui sinto-me em casa.”

PEC não tem medidas de “crescimento” nem “estabilidade”

Mas não foi só a homenagem que marcou a noite. Questionado sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), Belmiro de Azevedo, que afirmou ter lido o plano, disse não conseguir ver medidas de “crescimento” nem de “estabilidade”. Na sua opinião, o que importa para o país é “a estabilidade activa e agressiva” e apostar nos “investimentos de médio porte”. “Não temos dinheiro para grandes investimentos.”

A privatização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro também foi discutida. Para o empresário, “a única coisa que está em jogo” actualmente é saber qual será o tipo de privatização: “se é total ou parcial.” Apesar de não saber se “haverá candidatos para a privatização do conjunto dos aeroportos”, alerta para o “perigo” de um monopólio privado que “é bem pior do que um público”.