De 15 a 20 de Março celebra-se a Semana Internacional do Cérebro. Trata-se de uma iniciativa desenvolvida a nível internacional pela Dana Alliance for Brain Initiatives, que, durante este período, vai levar a cabo uma série de actividades em todo o mundo. Em Portugal, a iniciativa está a cargo da Sociedade Portuguesa de Neurociências (SPN), em parceria com a Ciência Viva.

Segundo o presidente da SPN, João Malva, o grande objectivo desta semana é divulgar “as últimas descobertas científicas” na área das neurociências, bem como desmistificar o funcionamento do cérebro que é o “sistema vivo mais complexo do universo” e o grande “responsável por tudo o que fazemos”.

Para chegar ao maior número de pessoas possível, nos próximos dias vão-se desenvolver “três grandes iniciativas a nível nacional”, que contam a colaboração de escolas superiores, faculdades e outras entidades, por exemplo, o INEM.

Os jovens são os principais alvos

“Neurocientistas vão à escola” e “Laboratórios Abertos” são duas das iniciativas cujo público-alvo são os jovens desde “a pré-primária até ao ensino universitário”. No Porto, o Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia – Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB) do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), que já se associa a este projecto desde 2006, vai levar, durante esta semana, equipas de neurocientistas a várias escolas secundárias da área do grande Porto.

Paulo Correia de Sá, um dos investigadores que vai integrar esta equipa, explica que vão ser desenvolvidas “experiências muito simples nos laboratórios das escolas”, com o objectivo de “explicar o funcionamento do cérebro e dos neurónios”. Mas, para além das idas às escolas, estas equipas também abrem as portas dos seus laboratórios aos jovens. A iniciativa “Laboratórios Abertos” permite aos alunos perceber o funcionamento e a rotina dos laboratórios. O ICBAS espera desta forma receber entre “300 a 400” alunos.

João Malva explica que este ano o objectivo é ir a cerca de “150 escolas de norte a sul do país” e interagir com “cinco mil ou sete mil alunos”. No Porto, as equipas de neurocientistas do ICBAS vão desenvolver “95%” do seu trabalho nas idas aos laboratórios das escolas, como afirma Paulo Correia de Sá.

Esta preferência pelo público jovem é justificada por João Malva: “Os jovens são os grandes veículos da mensagem que se quer transmitir.” Pretende-se também criar “uma nova mentalidade para a investigação científica e despertar novas vocações”.

“Cérebro e Sociedade”

Para além destas duas iniciativas, há uma terceira: “Cérebro e Sociedade”. O objectivo é chegar a outro tipo de pessoas, através de actividades em espaços públicos como “centros comerciais e museus”. João Malva refere que a organização quer ser “pró-activa “e ir até “junto das pessoas”, em vez de serem estas a procurar a informação.

Com uma “receptividade” cada vez maior junto do público a Semana Internacional do Cérebro espera quebrar “a última fronteira do conhecimento”, que se pode conseguir, como afirma João Malva, através da desmistificação do “cérebro humano”, pois “o homem para se conhecer verdadeiramente” tem de “conhecer o funcionamento do seu cérebro” que é “um sistema maravilhoso” e a “essência do corpo humano”.