A petição foi lançada no passado sábado, e, segundo revela Manuel Pizarro ao JPN, entre as assinaturas recolhidas nas ruas da cidade e online o número de subscritores chegou já aos três mil. “Ainda não encontrei ninguém a quem lhe tenha sido proposto que assine e se recuse a fazê-lo”, afirmou o candidato à concelhia do PS/Porto.

O movimento defende que se crie uma Loja do Cidadãona Baixa, fazendo face à sobrelotação do serviço da Torre das Antas. Luís Morais mora no centro do Porto e considera que uma Loja do Cidadão não é o suficiente para dar resposta às necessidades dos portuenses. Para perceber o problema “basta passar por lá às nove horas da manhã e ver a eternidade de filas que já existem à volta”, referiu ao JPN. Também para Germano Silva, jornalista e historiador que subscreveu o documento, “é de toda a justiça que se crie uma Loja do Cidadão mais próxima do cidadão”.

O local proposto para a empreitada é a Praça de Lisboa. Trata-se do sítio ideal por duas razões: por um lado “é mesmo no centro da Invicta, é acessível em termos de transportes e há estacionamento”, afirma Germano Silva. Por outro lado, o empreendimento seria importante porque contribuiria para a revitalização da Baixa, uma vez que, segundo diz Manuel Pizarro, “a praça de Lisboa é, neste momento, um buraco negro da cidade”.

Os comerciantes da zona concordam com a medida e muitos já assinaram a petição. Franquelim Pais, proprietário da “Sport Barbearia”, considera de grande importância a utilização do espaço que “está abandonado, com mau aspecto e mau ambiente”. Lurdes Pereira é funcionária de uma florista do local e também já assinou o documento, pois acha “muito positivo aproveitar o espaço para trazer mais gente à Baixa”.

O objectivo do projecto é chegar às vinte e cinco mil assinaturas até ao final de Abril, altura em que a petição será entregue à Câmara Municipal do Porto (CMP). Manuel Pizarro acredita que “muito mais de vinte e cinco mil portuenses” estão de acordo com o que é proposto.

Neste momento, já aderiram ao movimento nomes reconhecidos da cidade como o professor Alberto Amaral, antigo reitor da Universidade do Porto, Henrique Barros, coordenador nacional da Luta Contra a Dida e José Pedro Moreira da Silva, presidente da Ordem dos Médicos no Norte.

Iniciativa da política para a cidadania

O projecto partiu do PS mas não pretende assumir-se como uma iniciativa política. Manuel Pizarro afirma que “a petição teve origem partidária, mas é hoje uma iniciativa cívica”.

Germano Silva não entende a petição como algo partidário, mas antes como “uma iniciativa a favor do Porto e dos portuenses” e refere até que estiveram presentes no lançamento do projecto “personalidades de outros partidos”, embora tenha preferido não referir nomes.

Ainda assim, o candidato à concelhia do PS/Porto salientou a importância de “os partidos participarem em causas de cidadania”. O politico assume que o PS tem como objectivo “liderar propostas concretas que visem melhorar a cidade”.