“Um confronto entre a tirania e o poder”. É assim que o encenador e director artístico do Teatro Nacional de São João (TNSJ), Nuno Carinhas, classifica a peça que vai estrear na próxima sexta-feira na sala portuense.

Uma tragédia grega, a primeira encenada por Nuno Carinhas, que traz para a actualidade a civilização clássica. Para o encenador, o teatro é “uma máquina do tempo”, dando a “vantagem de viajar”, razão pela qual considera que a peça se apresenta “moderna, tanto na sua demonstração, como na sua temática”.

Para Nuno Carinhas, “Antígona” é uma “peça de solidões sucessivas”, onde até o cenário remete para essa temática, com a presença de “material seco e incandescente com a luz”.

Antígona, uma “resistente solitária”, é interpretada por Maria do Céu Ribeiro, uma actriz “capaz de enfrentar esta solidão de forma tão dura”, diz o encenador, explicando a razão da sua escolha.

Maria do Céu Ribeiro, por seu lado, destaca a dificuldade de exprimir “a força do verso” nesta peça como factor crucial para fazer chegar a mensagem de “Antigona” aos espectadores. Do trabalho de pré-representação, enaltece a curiosidade de desvendar “o papel na sociedade grega no seu viver, no seu quotidiano”.

Para além de Maria do Céu Ribeiro, fazem, ainda, parte do elenco actores como Alexandra Gabriel, António Durães, Jorge Mota, José Eduardo Silva ou Lígia Roque.

A peça estará em cena no Porto de 26 a 28 de Março e de 7 a 23 de Abril, passando, em seguida, pelas cidades de Viseu, Bragança e Vila Real.