Oswaldo Alvarez Paz, antigo candidato presidencial na Venezuela e opositor de Hugo Chávez, foi detido na segunda-feira à noite, 14 dias depois de ter estado num programa de televisão onde afirmou que “existem relações entre o regime venezuelano e estruturas ligadas ao narcotráfico, como as FARC e outras que existem no continente”.

Chávez corta energia eléctrica a 80 empresas

O Presidente da Venezuela mandou cortar a luz de 80 empresas, no domingo, depois de ter feito um aviso a 8 de Fevereiro, advertindo que todas as empresas que registassem um consumo superior a 25 megawatts ficariam obrigadas a restringir os níveis de consumo em cerca de 20% até que a situação climática do país se voltasse a normalizar. A Venezuela vive há vários meses uma seca intensa, tendo já esgotado metade da água da principal barragem hidroeléctrica do país. A medida do executivo de Chávez durou 24 horas, mas o Presidente já anunciou que pode estender o prazo caso se continue a ultrapassar os limites impostos.

O diário venezuelano “La Verdad” refere que Oswaldo Alvarez Paz explica a sua detenção por parte das autoridades venezuelanas, alegando “razões políticas.” Segundo a edição online da “Globovision”, o político afirma estar a “assumir responsabilidade” dos seus actos, mas acredita que “mais tarde ou mais cedo, a justiça brilhará.”

O político, que está indiciado de crimes como “conspiração”, “instigação pública à delinquência” e “difusão de informação falsa”, incorre em penas de prisão que vão desde os dois aos 16 anos de prisão. O advogado de Alvarez Paz já classificou as acusações de “desproporcionadas” e de “carácter político”.

Em declarações ao “La Verdad”, Tarek El Aissami, ministro do Interior e Justiça, assegurou que Osvaldo Paz “não foi detido por instruções do Presidente Chávez”, mas sim devido à “solicitação de um Tribunal de Justiça”.

Durante o programa de televisão, o político venezuelano de 67 anos assegurou que “grande parte do volume gigantesco de drogas” que entra em África e na América Central “provém da Venezuela”, que está incluída entre “os três países de maior trânsito e cooperação” com o narcotráfico, a nível mundial.